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Causa Animal – ‘CPI da Eutanásia’ é instalada e gera visita à Cbea

Fotos: JF Pimenta / Especial para o Tribuna

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Eutaná­sia, que investiga a legalidade dos sacrifícios de animais re­alizados pela Coordenadoria do Bem-Estar Animal (Cbea), vinculada à Secretaria Muni­cipal de Meio Ambiente, foi fi­nalmente instalada em reunião ocorrida na tarde desta quinta­-feira, 12 de abril, na Sala das Comissões da Câmara de Ri­beirão Preto.

A questão das eutanásias praticadas em cães e gatos mo­tivou a transformação de uma Comissão Especial de Estudos (CEE) em CPI, a pedido de Marcos Papa (Rede Sustenta­bilidade), que preside a inves­tigação e tem a companhia de Adauto Honorato, o “Marmita” (PR), eleito vice-presidente, o relator Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB), e Jean Co­rauci (PDT).

Logo após a instalação, foi aprovada a convocação da co­ordenadora da Cbea, Carolina Vilela, que no ano passado, em depoimento na Câmara, confirmou publicamente que o departamento promovia eu­tanásias em animais poli-trau­matizados por não possuir aparelho de raio-X – está sem o equipamento desde outubro. Tal declaração deu início a um movimento que resultou na CEE e, agora, na CPI.

Depois da reunião de on­tem, os vereadores decidiram fazer uma visita de surpresa na sede da coordenadoria, na Via Norte, onde foram recebidos por Carolina Vilela. Papa co­municou a instalação da CPI e entregou ofícios solicitando um série de documentos, como cópias dos prontuários e dos laudos que indicaram a reali­zação de eutanásias em mais de 100 animais no ano passado – o número definitivo será divul­gado hoje por que há dúvidas.

Para uma organização não­-governamental (ONG), a admi­nistração informou que foram 40 em 2017. Já para o vereador, a Cbea diz que sacrificou 126 ani­mais – 95 cães e 31 gatos, uma eutanásia a cada três dias. O le­vantamento foi divulgado em 15 de março, durante a primeira audiência da CEE. No entanto, a própria prefeitura divulgou à imprensa que foram 187, ou 63 a mais do que os relatórios envia­dos ao parlamentar, uma a cada dois dias.

Como nove em cada dez eutanásias foram realizadas no mesmo dia em que o animal chegou à Cbea, entidades que atuam na proteção dos animais sustentam que a coordenadoria estaria praticando “assassinatos”. Já o médico veterinário do se­tor, Gustavo Cunha Almeida Silva, sustenta que os sacrifí­cios obedecem rigorosamente ao que diz a legislação. Diz que já divulgou relatório em 13 de dezembro em que defende a legalidade da realização de eu­tanásias em cães errantes (sem donos) que estejam sofrendo. E afirma que nenhum animal é sa­crificado sem necessidade.

O embate entre prefeitura e organizações não-governa­mentais de defesa aos animais gira em torno de diferentes interpretações da lei estadual nº 12.916, de 2008 (“Lei Feliciano”), que só permite eutanásias “no casos de males, doenças graves ou enfermidades infecto-conta­giosas incuráveis (…)”. Na inter­pretação dos defensores dos ani­mais, se existe tratamento para o mal que acomete um cão ou gato, a administração é obrigada a providenciar o atendimento – se não tem estrutura, deveria bancar o tratamento em clíni­cas particulares. Já a Cbea sus­tenta que, por não possuir a es­trutura necessária para o devido tratamento, está autorizada pela legislação a realizar a eutanásia.

Castração – A coordena­dora da CBEA Carolina Vilela anunciou que nos próximos dias o prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB) vai baixar decreto regulamentando uma parceria entre a administração municipal e clínicas veterinárias para a rea­lização de cirurgias de castração subsidiadas pela prefeitura. A coordenadoria vai bancar o kit anestésico e o proprietário do animal pagará apenas R$ 50 pelo procedimento.

Feira de adoção – Nesta quinta-feira a Cbea contava com 120 animas em seu canil e no gatil. Carolina Vilela anunciou para 21 de abril, sábado, feriado do Dia de Tiradentes, mais uma feira de adoção na sede da Coor­denadoria de Bem-Estar Animal (avenida Eduardo Andrea Mata­razzo, a Via Norte, nº 4.255, Vila Albertina, na Zona Norte), das nove às 14h30. Serão oferecidos à população 50 cães e dez gatos, todos castrados ou com castra­ção agendada (para filhotes de gatos). Os interessados devem levar documento de identifica­ção, comprovante de residência e guia (no caso de cão) ou caixa para transporte (gatos).

Animais disponíveis para disposição no Centro do Bem Estar Animal (Cbea), em Ribeirão Preto

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