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Yanomami – Minério ilegal será leiloado

Uma decisão da Justiça Federal obriga a Agência Na­cional de Mineração (ANM) a realizar o leilão da cassiterita extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, em Ro­raima. A medida, concedida segunda-feira, 30 de janeiro, atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) para reverter o valor arrecadado em ações de segurança do território e combate ao garimpo ilegal na região. Todo o trâmite para a promoção do leilão deve ser fi­nalizado até dia 28 de fevereiro.

A decisão também fixou multa de R$ 100 mil por mês, se houver descumprimento. O material pode chegar a R$ 25 milhões. Estima-se que haja cerca de 20 mil garimpeiros ilegais na reserva yanomami. A invasão de mineradores ir­regulares, que teve escalada nos últimos anos, é uma grave ameaça à saúde indígena. O mercúrio, usado na extração de ouro e cassiterita, polui os rios, mata os peixes e contami­na os indígenas.

O Comando da Aeronáuti­ca baixou regras para impedir o tráfego suspeito de ilícito so­bre o espaço aéreo do territó­rio yanomami. A portaria está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta­-feira (2) e vai vigorar enquan­to durar a “Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional” prevista em decreto para combater o garimpo ile­gal na TI Yanomami.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu na se­gunda-feira (30) o fechamento do espaço aéreo sobre a Terra Indígena Yanomami para bar­rar o transporte de insumos que abastece o garimpo ilegal na região. No domingo (29), foi revelada uma profusão de rotas aéreas clandestinas, com atividade dentro e fora do ter­ritório nacional, mantida pelo crime organizado para extrair ouro e cassiterita da terra dos yanomami.

A portaria da Aeronáutica estabelece os procedimentos a serem observados pelos ór­gãos que compõem o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasi­leiro (Sisdabra) com relação aos tráfegos aéreos suspeitos de ilícito no âmbito da Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) sobre o espaço aéreo sobrejacente e adjacente ao território yanomami.

O ato lista uma série de si­tuações que serão consideradas para classificar uma aeronave como suspeita, dentre elas voar com infração das convenções, dos atos internacionais ou das autorizações, voar sem pla­no de voo aprovado, não exi­bir marcas de nacionalidade, manter as luzes externas apa­gadas em voo noturno e voar sob falsa identidade.

A suspeição vale para ae­ronave furtada ou roubada, ou sob suspeita de furto ou roubo, interferir no uso do espectro eletromagnético sem autoriza­ção ou realizar reconhecimento aéreo ou sensoriamento remo­to sem autorização. “As aerona­ves classificadas como suspeitas (nos termos descritos na por­taria) estarão sujeitas às medi­das de policiamento do espaço aéreo”, cita o ato assinado pelo comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) criou uma Sala de Situação e Controle da Terra Indígena Yanomami para coordenar, pla­nejar e acompanhar as ações de combate ao garimpo ilegal no interior do maior território de usufruto exclusivamente indí­gena do país.

O grupo funcionará junto à Superintendência do Ibama em Boa Vista (RR) e será co­ordenado por servidor a ser indicado pela Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro) do instituto, que poderá pro­por a formação de uma equi­pe de auxiliares.

Denúncias mostram que pelo menos 30 meninas e ado­lescentes yanomami estariam grávidas, vítimas de abusos cometidos por garimpeiros em Roraima, informou o se­cretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro. Os relatos fo­ram apresentados pelo Con­selho Indígena de Roraima (CIR) em reunião com comiti­va do governo federal, na últi­ma segunda-feira (30).

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