Com um ano de funcionamento, projeto tem como madrinhas Tamires, capitã da seleção brasileira e do Corinthians, e a cantora Gabi Fernandes
O futebol feminino brasileiro passa por uma fase de transformação. O slogan da vez é: “O momento é delas”. E é mesmo. Copa do Mundo chegando, campeonatos com números inéditos, alta aderência do público, mais espaço na televisão.
A cidade de Ribeirão Preto, graças ao projeto da WSA, capitaneado por Mariana Balbão, está no radar do futebol feminino e ganhando cada vez mais destaque. O projeto, que acaba de completar um ano, tem números significativos e planos ousados de crescimento.
Em entrevista exclusiva ao Tribuna Ribeirão, Mariana contou quais são os próximos passos do projeto e falou sobre a importância das ações para o desenvolvimento do futebol feminino.
“Hoje a gente já conta com mais de 70 atletas, mais de 100 jogadoras que passaram pela WSA. Estamos caminhando muito bem, com mais gente procurando. A gente percebeu que as meninas mais novas de 7, 8, 9 anos, as mães estão começando a aceitar”, analisou.
“As pessoas entenderam o propósito do nosso projeto. Nós não surfamos a onda do futebol feminino, a gente quer construir algo longevo e que deixe um legado. É motivo de alegria ver tudo o que tá acontecendo. Tem famílias que estão indo assistir os treinos, jogos. A quadra lotada de pai e mãe torcendo pelas meninas. Os feedbacks que eu recebo são muito valiosos. Os pais falam da evolução dos filhos, não só no futebol, mas no convívio como um todo. Temos relatos de pais que falam que as meninas não querem tirar o uniforme”, completou.
Na cidade de Ribeirão Preto, a WSA é a única escola de futebol que atende somente o público feminino. Com foco na metodologia, as meninas são orientadas dentro e fora do campo de jogo. Todas as professoras da WSA possuem cerificação na CBF.
“A gente tem toda uma metodologia, não só dentro de quadra, mas também fora. Nossas professoras são altamente qualificadas, licenciadas pela CBF, e isso traz um grande diferencial. Não é só correr atrás de uma bola. Nós ensinamos tudo, todos os fundamentos, com metodologia”, disse. Ao mesmo tempo fora de campo, nós temos um cuidado com as atletas com a família, eles se sentem acolhidos e isso é muito importante, eles se sentirem acolhidos. Muitos ali não conhecem o ambiente do futebol”, avaliou.
De acordo com Mariana, o plano de desenvolvimento da WSA prevê o fortalecimento do projeto como clube, com foco na fomentação das categorias de base. Segundo ela, esse é um déficit da modalidade no Brasil.
“O nosso plano de expansão tem duas frentes. Queremos manter a escolinha para o desenvolvimento e agora estamos caminhando para um projeto de alto rendimento, queremos nos tornar um clube focado na categoria de base, que é onde precisamos desenvolver para o futebol feminino continuar crescendo. Esse foi um déficit que a gente percebeu, porque a menina de 13 a 16 anos não tinha onde jogar. A gente tá em processo de avaliação com a federação para se filiar e poder participar de competições. Em breve teremos novidades nesse sentido”, contou.
A WSA também tem fomento social e realiza ações voltadas para instituições. Além disso, dentro do projeto existe o programa “Joga Junto”, que dá bolsa para algumas meninas.
Madrinhas influentes
Todo projeto precisa de madrinhas, padrinhos, que auxiliem no desenvolvimento das coisas. Mariana Balbão conta com uma dupla de madrinhas muito influentes dentro do futebol feminino,
Umas delas, também de Ribeirão Preto, é a cantora Gabi Fernandes. Com mais de 100 mil seguidores no Instagram e dona de hits como “Rolo Antigo”, “Vou Além” e “Tá Emocionado”, Gabi vive momento de ascensão na música brasileira.
Ao Tribuna Ribeirão, Gabi Fernandes falou sobre a importância de existir uma escola de futebol voltada especificamente para o público feminino.
“Acho que a importância da WSA começa pelo conceito de ser algo voltado para meninas e mulheres. Você ter um projeto que pensa exclusivamente nessas meninas faz com que isso seja mais especifico as demandas que as meninas precisam para melhorar sua performance. O futebol feminino é uma modalidade que tá num crescimento gigantesco e ter projetos como a WSA, além de aumentar a visibilidade, das meninas poderem olhar que tem espaço para elas e conseguir entrar numa escolinha, começar a desenvolver melhor. De inserir esse esporte também no convívio das meninas. Também é importante a questão de através do esporte elas conseguirem, por exemplo, uma bolsa de estudos nos Estados Unidos”, afirmou.
A outra madrinha do projeto é simplesmente a jogadora Tamires, capitã do Corinthians, e principal clube da modalidade, e capitã da seleção brasileira. Referência na modalidade, Tamires falou sobre a importância da WSA para o desenvolvimento do futebol feminino.
“É de suma importância ter projetos como esse que a médio, longo prazos vão trazer grandes frutos para tantas crianças que sonham ser jogadoras de futebol, que vão querer ter isso como profissão. É um projeto que tem muitas pessoas que amam o futebol feminino, que querem desenvolver a modalidade. Conheço cada uma, a Mari, a Laurinha, a Ju, a Paty, que são as professoras, que estão envolvidas no projeto. Tenho certeza que as meninas estão em boas mãos e que vão crescer muito. Vem muita coisa boa pela WSA. Já é uma escola que vocês estão ouvindo falar e vão ouvir cada vez mais. Pra mim é um orgulho enorme fazer parte do projeto”, disse.