Wilsinho Fittipaldi, ex-piloto de Fórmula 1 e um dos ícones do automobilismo brasileiro, esteve em Ribeirão Preto no último sábado, 5 de maio, onde participou de bate-papo com fãs. O evento fez parte da exposição “Um esporte chamado automobilismo”, que aconteceu no RibeirãoShopping.
Organizada pelo piloto ribeirão-pretano Andrey Valério, patrocinado pela Copema Empreendimentos, a exposição reuniu fotos, capacetes, macacões e veículos de diversas categorias como kart, Stock Car, Fórmula Indy e Fórmula 1, com destaque para a Fórmula Vee, considerada a base do automobilismo brasileiro.
O bate-papo reuniu, além de Fittipaldi e Valério, o secretário de Turismo de Ribeirão Preto Edmilson Domingues, o diretor da F/Promo Racing e gestor da Fórmula Vee Flávio Leal Menezes e o ex-piloto Fábio Sotto Mayor, campeão da Stock Car (1988) e recordista brasileiro de velocidade. Durante a conversa, Wilsinho foi convidado pelo presidente do Faixa Branca – Clube do Carro Antigo de Ribeirão Preto, Eduardo Penteado Crósta, a conhecer o Museu do Automóvel de Ribeirão Preto.
“Agradeço o convite e com certeza vamos o mais rápido possível conhecer o espaço. Essa ideia de ter o museu é muito importante para resgatar a história que nós tivemos até hoje com o automobilismo. Somos o único país do mundo a ter oito títulos na Fórmula 1”, afirma o ex-piloto.
Ao lado de Crósta, Fittipaldi relembrou de corridas de kart que participou em Ribeirão Preto nos anos 60. “A pista ficava perto do Hotel JP, atrás de um morro redondo onde havia uma plantação de cana. Era um kartódromo muito bem construído, usamos por uns três anos, fizemos muitas provas lá, inclusive uma final do campeonato brasileiro de kart”, conta.
“Ribeirão Preto é uma cidade simpática, que sempre atraiu muitos torcedores de automobilismo quando realizou eventos assim”, recorda Wilsinho Fittipaldi, brincando com relação aos seus resultados na cidade. “Eu não me lembro e quando não me lembro é porque geralmente eu não tive um resultado muito bom”.
Gasolina no DNA – Filho mais velho de Wilson Fittipaldi, o “Barão”, piloto de automóveis, empresário e radialista especializado em automobilismo, Wilsinho introduziu no Brasil a Fórmula Vee nos anos 60. O sucesso nas corridas ao lado do irmão Emerson – mais tarde bicampeão de Fórmula 1, campeão da Fórmula Indy e duas vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis – o levou a principal categoria mundial em 1972, correndo pela Brabham.
Ao longo de três temporadas participou de 38 Grandes Prêmios na Fórmula 1 – o que faz dele o 12º brasileiro com mais provas disputadas na categoria. Os últimos GPs corridos por Wilsinho foram pela Copersucar-Fittipaldi, equipe brasileira que fez sua estreia nas pistas no Grande Prêmio da Argentina, em 1975, e disputou ao todo 104 GPs de Fórmula 1 até 1982. Para alegria dos fãs o assunto não foi esquecido pelo ex-piloto, que chefiou após abandonar as pistas como piloto.
“Em 1980 terminamos em oitavo lugar, à frente da Ferrari, da McLaren e da Alfa Romeu. Como vinha andando a nossa equipe é normal na Fórmula 1, é difícil aparecer do zero e andar muito rápido”, afirmou Fittipaldi, citando que a equipe brasileira chegou a ter 111 funcionários no penúltimo ano de disputas.
“Infelizmente, a mídia brasileira não especializada não dá o devido valor a Copersucar. Foi uma página da nossa vida da qual nos orgulhamos de fazer o que fizemos. E, se tivermos a oportunidade de repetir, faremos de novo hoje tudo da mesma forma”, diz, emocionado, o integrante da família mais importante do automobilismo brasileiro.
Ao longo de oito temporadas na Fórmula, a Copersucar-Fittipaldi (também chamada de Fittipaldi Automotive e Skol Fittipaldi Team) teve como pilotos os brasileiros Wilsinho e Emerson Fittipaldi, Ingo Hoffmann, Alex Dias Ribeiro e Chico Serra; o italiano Arturo Merzario e o finlandês Keke Rosberg. O melhor resultado da equipe foi o segundo lugar no GP do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1978.