Votar: é prazer ou obrigação?
1. Bolsonaro (insistente) fez infelizes declarações (outra vez?). Voltou a minimizar a pandemia, afirmando que “todos vão morrer”, ironizou a diplomacia nas relações com Biden (“é preciso saber que temos pólvora”). Será que quer declarar guerra aos Estados Unidos? Coragem ou maluquisse? Desequilíbrio de um contaminado. Talvez sequela do vírus! Também foi aberto o debate sobre os militares no governo. Na população a maioria é indecisa (1% ou 2% nas pesquisas), porque esquece a ditadura. Militares não são afeitos à política. Não convivem com crítica, nem com imprensa investigativa (livre). Os quartéis são o seu preparo e limite. Ainda, assim, votar dá prazer? (É dever!)
2. O Presidente ofereceu o “pano de fundo” para os brasileiros elegerem governantes municipais, cercados dos cuidados necessários face à doença atual (para quem acredita; acabamos chamados de “maricas”.) Ofensa de certos políticos nem consideramos. Ofensor que participa do pleito por tabela (apoiador de candidato) já não soma, nem divide os votos: é “diet“ (inofensivo). Não afeta o resultado.
3. Esta eleição concretiza muitos “fins de carreira”. No mês de finados, quando reverenciamos os mortos, recuperamos lembranças, boas ou más. Há pleito que causa saudades, porque já não participam políticos exemplares, que dignificaram a representação popular e estimularam os que pretendem, um dia, assumir cargos públicos, bem iniciando carreiras (nos primeiros degraus) nas Câmaras de Vereadores e Prefeituras municipais.
Ali se instruíram ótimos governantes (o eleitor tinha gosto devotar). Aprendizado que muitos não tiveram ou não assimilaram nem o mínimo: resultados são diversos (para serem lembrados ou não). Referência “homem público” não cabe a todos. Líderes que se apagaram com vida privada conturbada. Construíram presídios e foram (ou são) seus “ilustres” ocupantes (com mordomias, visitas intimas e privilégios de autoridades). Isso deve ser pensado na hora da 1ª decisão (sair de casa para votar). A reflexão inclui a ideia da renovação. Há quem mereça o seu voto?
4. Desta vez Ribeirão perdeu um político que deu vida aos legislativos local e federal. Família de Advogados trabalhistas, grande tribuno, as polêmicas da política não ofuscaram o nome João Cunha. No auge do MDB (1982), eleito deputado sonhou governar o país. Esbarrou nos sonhadores Montoro e Ulisses Guimarães. Advertido, manteve a credibilidade. Lutava pela cidade: batizado “deputado municipal” disputou a prefeitura que ficou com Palocci. Viajava em sua camioneta para falar aos universitários, sem nada receber. Saúde abalada, se recolheu. Atitudes de um contestador respeitado (até pela ditadura). Dava gosto ouvi-lo. Votar nele não trazia preocupações.
5. O Município cria lideranças, que evoluem com caráter e tentações(contaminam e destroem); se perdem sem perceberem que o eleitor contabiliza os episódios (fraudes, corrupções, denúncias). Surge o ex-fiel seguidor.
6. Político do passado se substitui pelos novos: nascem para cuidar dos sonhos dos semelhantes. Voto consciente compensa o dever, na falta do voto facultativo, que virá.