Tribuna Ribeirão
Esportes

Volta da torcida aos estádios traz alívio financeiro aos cofres dos clubes

Por Ricardo Magatti

O tão esperado reencontro do torcedor com o seu time em São Paulo ocorre nesta terça-feira, quando o corintiano poderá assistir ao duelo contra o Bahia na Neo Química Arena, às 21h30. A partida da 24ª rodada do Brasileirão é a primeira na capital com público desde 11 de março de 2020. A pandemia de covid-19 eclodiu no Brasil e Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos jogaram 19 meses sem seus torcedores. Agora, vão voltar a desfrutar dessa experiência e comemoram o dinheiro da bilheteria que retornará aos cofres depois de deixarem de arrecadar quase R$ 200 milhões.

Em mais de um ano e meio sem torcida no Allianz Parque, Neo Química Arena, Morumbi e Vila Belmiro, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos lamentaram não ter o incentivo de seu torcedor de perto, cantando, festejando gols e, em alguns casos, até vaiando. A frustração é motivada por interesses esportivos e, também, financeiros. Tão doloroso quanto o silêncio dos estádios foi o prejuízo com a ausência de bilheteria, uma das principais fontes de renda das equipes.

Segundo levantamento da Sports Value, os quatro principais clubes de São Paulo somaram quedas das receitas referentes à bilheteria de R$ 146 milhões em 2020 em comparação com o ano anterior. Considerando os jogos da temporada de 2021, que ainda não terminou, a perda acumulada chega a R$ 171 milhões. O cálculo considera apenas o dinheiro ganho com ingressos. O faturamento proveniente de produtos oficiais, alimentos e bebidas e sócio-torcedor, que são parte do “matchday”, não estão nessa conta.

O Corinthians arrecadou R$ 62,3 milhões com bilheteria em 2019 e, com poucos jogos com torcida em 2020, só ganhou R$ 7,3 milhões. Em 2019, o Palmeiras recebeu cerca de R$ 45 milhões e viu entrar em seus cofres apenas R$ 6,8 milhões no ano seguinte. O São Paulo registrou queda de renda com bilheteria de R$ 38,8 milhões para R$ 6,5 milhões. Como costuma levar menos torcedores à Vila Belmiro, estádio com capacidade de público menor que o dos rivais, o Santos teve um prejuízo menor. Declínio de R$ 24 milhões para R$ 4 milhões.

A bilheteria havia atingido o maior valor na história do futebol brasileiro em 2019. As vendas de ingressos somadas dos 20 principais times do País alcançaram R$ 486 milhões em 2019, valor impactado especialmente por Flamengo e Palmeiras. Quando somada com as receitas de sócio-torcedor, cujo foco é a ida aos jogos, a receita conjunta atingiu no mesmo ano R$ 961 milhões para esses times. Em 2020, com quase toda a temporada com portões fechados, o valor caiu para R$ 502 milhões.

A partida que marcará a volta parcial da torcida para a Neo Química Arena poderá receber até 14.600 torcedores, respeitando 30% da capacidade do estádio. A venda dos ingressos foi aberta na última sexta-feira e se dá somente online. O Corinthians priorizou os torcedores com créditos relativos às partidas que tiveram comercialização de ingresso no Paulistão de 2020, mas que não puderam ter a presença do fã por conta da pandemia.

Esses torcedores puderam comprar bilhetes de todos os setores. Depois, o clube abriu a venda para sócios no sábado pela manhã e para os torcedores em geral domingo, antevéspera do jogo. Os valores variam de R$ 40 (setores norte e sul) a R$ 650 (camarote). A procura está alta e a tendência é de que os corintianos esgotem os ingressos.

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