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Você sabe como eram as bibliotecas na Idade Média?

Com o ingresso na Idade Média, período histórico europeu entre os séculos V e XV, os recursos necessários para a aquisição e o preparo dos pergaminhos se tornaram caros e escassos, dificultando a manutenção das bibliotecas, bem como, o surgimento de outras. No início, devido a seus freqüentadores serem indivíduos específicos, e seu acervo ser fechado ao público em geral, as bibliotecas eram similares às bibliotecas da Antiguidade, voltadas à simples reunião de materiais e sem a preocupação de disseminação de informações. Com o passar do tempo, entretanto, foram surgindo bibliotecas do interior de mosteiros e abadias, ditas bibliotecas monacais, bem como, novas bibliotecas particulares, mantidas por nobres e imperadores, bibliotecas bizantinas e, já no final do período, as bibliotecas universitárias.

Em sua maioria, administradas por conventos, as bibliotecas medievais eram subordinadas à Igreja Católica, principal detentora do conhecimento na época, incluindo o da escrita. Neste último quesito, ciente do analfabetismo que dominava entre os populares, coube à Igreja Católica organizar pregações, cantos e iconografias, baseados nas escrituras, que minorassem a ignorância popular. Os monges e freiras, por sua vez, imersos em suas rotinas calmas e silenciosas, ocupavam-se da guarda dos livros, considerados preciosos como tesouros, bem como, de sua leitura e cópia, numa oficina denominada Scriptorium. Davam preferência ao latim, necessário aos estudos eclesiásticos, mas não se furtavam da leitura de obras pagãs, visando, com isso, combatê-las. Em alguns mosteiros, as bibliotecas monacais também vendiam livros e realizavam empréstimos para religiosos e pessoas autorizadas. Estruturalmente, traziam estantes de diversos formatos, com paredes com estantes embutidas para guarda de livros e de objetos de uso doméstico, e estantes portáteis com livros acorrentados a elas ou guardados na horizontal. O hábito dos livros na vertical somente surgiria no Renascimento. Monacal, cita-se a Biblioteca do Vaticano, fundada em 1450 pelo então papa Nicolau V. De Igreja, a da Catedral de Chartres.

Por sua vez, as bibliotecas particulares e bizantinas eram as que guardavam maior número de obras ditas profanas (cujo conteúdo transgride as regras da Sagrada Escritura) para os cristãos. Grandiosas, chegavam a ter cerca de cem mil volumes e seus manuscritos aumentavam de valor pelas miniaturas e iluminuras, ou seja, pelas ilustrações, que continham. Constantinopla é citada por especialistas como o local que reuniu as maiores bibliotecas particulares e bizantinas. Infelizmente, incêndios destruíram muitas delas. Segundo especialistas, “dentre as perdas irreparáveis, estão as obras de Homero que, segundo a tradição, foram escritas em letras de ouro”. Exemplo de biblioteca bizantina? A de Teodoro Skaranos, com 14 livros em 1274. Exemplo de biblioteca particular? A de Carlos V, da França, com um acervo aproximado de 1220 livros, incendiados em 1871. Destes, entretanto, alguns manuscritos que sobreviveram formaram os primórdios da atual Biblioteca Nacional de Paris.

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