Sandro Cunha dos Santos *
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Hoje só quero agradecer a Oxalá e aos meus guias por terem me concedido o dom da vida. Sei que minha missão aqui na Terra não acabou e que terei que cumpri-la até o fim. Vou vivendo e fazendo aquilo que sempre fiz, dando aula de história, o que faço há 38 anos, escrevendo e pesquisando sobre samba e MPB e tocando quando posso com os amigos queridos da música.
Posso dizer que sou um ser privilegiado, pois adoro dar aulas, escrever, pesquisar e tocar. Sempre fiz tudo que mais amei. Me encontro num momento de doença crônica, de problemas pessoais graves, mas continuo lutando e defendendo aquilo que é certo e aquilo que acredito.
Após 38 anos de magistério, acredito que já cumpri minha missão, e agora tenho outras coisas a fazer na música e na literatura. Tenho certeza que o importante para cada um de nós é interagir com as pessoas, contribuir com nossos semelhantes e fazer o máximo que podemos.
Tudo isso eu tentei fazer, e só por isso já me sinto realizado. Acredito que muitas pessoas me influenciaram e me tornei uma pessoa melhor por conta disso e que também influenciei algumas pessoas e pude ajudar na caminhada desses.
Estou feliz por chegar aos 58 anos sempre aberto para o novo e para as novidades do mundo e poder observar e curtir os pequenos prazeres da vida, como fazer carinhos na minha gata Panqueca, poder plantar no meu jardim e ver minhas ervas e plantas crescerem, poder tomar uma cerveja e dar risadas com um amigo no bar. Como disse Guimarães Rosa: “Viver é um descuido prosseguido. Mas quem é que sabe como? Viver…o senhor já sabe: viver é etcétera…”
* Professor e músico do grupo Os Etanóis