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Vítimas de tremor passam de doze mil

O terremoto que abalou o sul da Turquia e o norte da Síria na segunda-feira, 6 de fevereiro, alcançou a marca de mais letal da década após o número de mortos ultrapassar doze mil nesta quarta-feira (8). Foi o pior abalo sísmico desde 1939 na região.

Equipes de resgate lo­cais, reforçadas pela ajuda da comunidade internacio­nal, correm contra o tempo para encontrar sobreviventes embaixo dos escombros dos milhares de prédios que co­lapsaram nos dois lados da fronteira – uma missão difi­cultada pelo rigoroso inver­no, enquanto o prazo consi­derado crítico para encontrar pessoas com vida se esgota.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afir­mou que já foram confirmadas as mortes de 9.057 pessoas em decorrência do terremoto no país. O anúncio, feito durante uma visita de Erdogan ao epi­centro do terremoto, na pro­víncia de Kahramanmaras, eleva o número total de mor­tos na catástrofe para mais de doze mil.

Os dados foram atualiza­dos até as 19 horas (horário de Brasília) desta quarta-fei­ra, 8 de fevereiro. O restante dos mortos reconhecidos até o momento vem da Síria. O governo oficial confirma que, em áreas que domina, 1.450 pessoas perderam a vida em eventos relacionados ao ter­remoto. Nas áreas dominadas por forças rebeldes, o gru­po voluntário dos Capacetes Brancos afirma que ao menos 1.500 pessoas morreram, tota­lizando 2.950 vítimas sírias e 12.007 nos dois países.

Ao todo, mais de 45 mil pessoas ficaram feridas nos dois países, e oito mil foram retiradas de escombros apenas na Turquia. O evento extre­mo é o mais letal desde 2011, quando um terremoto provo­cou um tsunami no Japão, ma­tando cerca de 20 mil pessoas. Na Turquia, mais de dez mil prédios desabaram com os tre­mores. Oito mil pessoas foram resgatadas dos escombros até a tarde de ontem.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou es­tado de emergência por três meses nas áreas afetadas do país. As autoridades turcas dizem que cerca de 13,5 mi­lhões de pessoas foram afeta­das em uma área de cerca de 450 quilômetros. As autori­dades sírias relataram mortes até o sul de Hama, a cerca de 250 quilômetros do epicen­tro. Um funcionário da Or­ganização das Nações Unidas (ONU) disse que milhares de crianças podem ter morrido.

A magnitude dos dois tre­mores principais atingiu 7,8 e 7,7 graus na Escala Richter, respectivamente. Mais de dez mil mil prédios foram des­truídos na Turquia, que até ontem contabilizava mais de 20 mil feridos. O sul do país experimentou 285 tremores secundários, incluindo al­guns fortes o suficiente para causar o desmoronamento de novos edifícios.

Segundo Orhan Tatar, funcionário da agência de ge­renciamento de desastres do país, “a cada minuto novos tre­mores estão acontecendo”. Na Síria, o desastre abalou uma região que abriga milhões de pessoas deslocadas pela guer­ra civil do país, muitas delas vivendo em acampamentos improvisados.

Os terremotos na Síria ma­taram milhares de pessoas na região de Alepo e em várias outras áreas do país, segundo a organização de Defesa Ci­vil da Síria e o Ministério da Saúde afiliado ao governo em Damasco. O chefe do Cres­cente Vermelho Sírio pediu a suspensão das sanções inter­nacionais impostas ao governo de Assad para permitir a entra­da de ambulâncias, veículos de combate a incêndios e outros equipamentos pesados no país para operações de resgate.

Em toda a Turquia, a agên­cia de emergência do país reu­niu cerca de dez mil pessoas para um esforço de busca e resgate, disseram autoridades. O governo turco também mo­bilizou as forças armadas ao lado das autoridades de saúde para uma resposta nacional ao desastre. A estimativa é que o número de vítimas fatais possa chegar a 20.000.

Nesta semana, 25.000 pes­soas participavam das buscas e das operações de resgate nos dois países, incluindo mili­tares. Foram destinados 12,1 milhões de euros em fundos urgentes para as dez provín­cias mais afetadas. Mais de 60 países já ofereceram ajuda in­ternacional: Estados Unidos, União Europeia, China e até Israel, entre outros países, in­cluindo o Brasil, que vai enviar ajuda e equipe de resgate.

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