Por Sarah Teófilo, especial para AE
Após ter alta do hospital, um dos quatro estudantes baleados em Goiânia não pretende voltar a estudar no Colégio Goyases. Com 13 anos, o garoto disse à reportagem que sente “raiva” da escola, na qual foi atingido por um tiro nas costas, disparado por um colega de classe, de 14 anos.
De acordo com a própria vítima, recentemente seus pais foram chamados à escola por ele ter brigado com outro adolescente, que o acusou de bullying. “No meu caso, levei suspensão. O menino estava planejando há um tempo e ninguém notou nada ou chamou os pais dele?”, questionou.
Ele relata que estava fora da sala de aula no momento do primeiro disparo, assim como outra vítima, que continua internada. De acordo com o garoto, os dois colegas resolveram entrar para ver o que era o barulho. “Ele atirou em mim, eu caí e já fui para a sala do lado. Depois corri para fora da escola”, conta. O jovem afirma que não era amigo do adolescente que efetuou os disparos e que estuda com ele há dois anos. “Ele tinha poucos amigos, era na dele, quieto”, explicou.
O estudante ficou internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) de sexta-feira, 20, até este domingo, 22. Outras três garotas, entre 13 e 14 anos, seguiam internadas no Hugo e no Hospital de Acidentados de Goiânia até o início da tarde deste domingo. No sábado, foram enterrados, na capital de Goiás, os dois garotos mortos no tiroteio João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos.
O diretor do colégio, Luciano Rizzo, declarou que comentará as afirmações do aluno depois que a instituição amadurecer o que foi dito. “Por enquanto, não chegou nada para mim”, disse. Segundo ele, a escola falará por meio de nota, que deve ser divulgada ainda neste domingo.