Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgados nesta semana, entre o final de fevereiro e terça-feira, 28 de julho, 1.866 profissionais da área, que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus, foram diagnosticados com covid-19.
O balanço foi apresentado pelo secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, durante audiência na Câmara dos Vereadores. O total de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, entre outros, infectados pelo Sars-CoV-2 representa 38,1% das 4.890 notificações que envolvem apenas profissionais da área no município. Oito trabalhadores morreram.
Também representa 14,6% do total de 12.762 casos confirmados em Ribeirão Preto até anteontem. O balanço diz ainda que 2.725 profissionais da saúde testaram negativo (55,7%), 282 casos estão em andamento (5,8%) e 17 exames foram inconclusivos (0,4%). O levantamento envolve 16 hospitais e outros setores que atendem pacientes com covid-19.
Com 415 casos, o líder do ranking é o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (USP), centro de referência e excelência que atende pacientes de toda da região. Em segundo está a própria Secretaria Municipal da Saúde, com 328 – não abrange o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que soma 24 infectados.
Na sequência aparecem a Santa Casa de Misericórdia (221 casos), Hospital Imaculada Conceição (187), Hospital São Lucas (146), Sistema Unimed (138) – hospital, ambulância etc. –, Sistema São Francisco (110), Hospital Santa Lydia (73), Hospital São Paulo (62), Hospital Estadual (52), Hospital Ribeirânia (44), Hospital Sinhá Junqueira (25), Hospital Santa Tereza e Mater (14 cada) e Hospital Unaerp (13).
Ainda segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a pandemia do novo coronavírus já provocou o afastamento de aproximadamente 1,2 mil servidores da pasta, cerca de 40% do quadro de funcionários. Este número abrange trabalhadores infectados pelos Sars-CoV-2 e a pessoas que fazem parte dos grupos de risco.
Protesto em frente ao Hospital Santa Tereza
Um grupo de aproximadamente 20 enfermeiros protestou na manhã desta quarta-feira, 29 de julho, à porta do Hospital Santa Tereza, na avenida Adelmo Perdizza, no Jardim Sumaré, na Zona Sul de Ribeirão Preto. Na linha de frente do combate ao coronavírus, os profissionais reivindicam, entre coisas, reajuste salarial, adicional de 40% por insalubridade e mais equipamentos de proteção individual (EPIs) – máscaras, luvas etc.
Também querem mais leitos de enfermarias e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a contratação de profissionais que já foram aprovados em concurso emergencial, além de reivindicar o fim do “assédio moral”. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), trata-se de um “ato em defesa da vida e pela valorização dos profissionais de enfermagem”.
Os enfermeiros estavam de máscara e jaleco branco. A Polícia Militar acompanhou a manifestação pacífica. No dia 8, o protesto ocorreu em frente à da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), na rua Bernardino de Campos, na região central da cidade. Já houve outra manifestação na cidade.