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Vinte e dois milhões de fumantes no Brasil

J.F.PIMENTA

Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontou que o gasto com tra­tamento de doenças relacio­nadas ao tabaco para a socie­dade brasileira é quase duas vezes superior ao dinheiro investido em marketing pela indústria do produto.

Para cada centavo aplica­do pelo segmento do tabaco para atrair novos fumantes, o Brasil tem um gasto direto com tratamento de doenças relacionadas ao fumo 1,93 vezes superior ao dinheiro utilizado pelo marketing do setor. A pesquisa teve como base informações sobre a conduta do fumante brasilei­ro oriundos da Pesquisa Na­cional de Saúde (PNS) e da Secretaria da Receita Federal.

O estudo estima também que a cada R$ 32,3 mil gastos com as estratégias de marke­ting das empresas de tabaco, há uma morte por doença pulmonar obstrutiva crôni­ca, câncer de pulmão, infarto agudo do miocárdio, síndro­me coronariana aguda ou derrame atribuível ao taba­gismo. O Instituto selecionou para análise as doenças que apresentam os custos mais elevados de tratamento rela­cionadas ao fumo.

Embora o Brasil venha reduzindo o número total de fumantes nos últimos 13 anos, caiu 38% entre 2006 e 2019, dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apon­tam que 9,8% dos brasileiros ainda têm o hábito de fumar. O percentual representa apro­ximadamente 22 milhões de pessoas. O dia 29 de agosto é considerado o Dia Nacional de Combate ao Fumo

Mesmo com quase 10% da população consumindo tabaco, a chefe da Divisão do Controle do Tabagismo, do Instituto, Andreia Reis, afirma que a política de con­trole ao tabagismo brasileira é bem-sucedida. No ano pas­sado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que o Brasil implementou as melhores práticas no cumpri­mento das estratégias preco­nizadas pela entidade, como monitoramento do uso, au­mento de impostos sobre o tabaco e oferta de ajuda para cessação do fumo.

“O Brasil foi reconheci­do internacionalmente. O país é signatário da Conven­ção Quadro da OMS para controle do tabaco. Esse é o primeiro tratado internacio­nal de saúde pública que o Brasil faz parte. O Programa Nacional do Controle de Ta­bagismo está inserido nessa política”, disse Reis.

Estudos revelam que o tabagismo é responsável por mais de oito milhões de mor­tes ao redor do mundo a cada ano. Desse total, os fumantes passivos somam pouco mais de um milhão. No Brasil, a dependência do tabaco causa 157 mil mortes, o que gera um custo anual para a sociedade de cerca de R$ 57 bilhões.

O tabagismo causa cer­ca de 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares tais como: a hipertensão, o infarto, a an­gina, e o derrame. É respon­sável por muitas mortes por câncer de pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga e pelas doenças respiratórias obstru­tivas como a bronquite crôni­ca e o enfisema pulmonar. O tabaco diminui as defesas do organismo e com isso o fu­mante tende a aumentar a in­cidência de adquirir doenças como a gripe e a tuberculose. O tabaco também causa im­potência sexual.

CIGARRO já foi considerado sinônimo de status
O cigarro já foi considerado símbolo de sedução e de glamour nos anos 1970, 1980 e até o início da déca­da de 1990. Nessa época, era comum ver muitos per­sonagens de novelas com um cigarro ou uma cigarrilha nas mãos. Nesse período, os intervalos das emissoras também eram recheados de comerciais de cigarros.

Personagem de Cauã Reymond na série “O Caçador” fumava muito

Quando o ato de fumar começou a ser associa­do às doenças provocadas pelo vício, as propagan­das na televisão foram proibidas e os personagens fumantes desapareceram ou foram reduzidos àqueles que tinham na trama a função de discutir e, na maioria dos casos, condenar o tabagismo.

Entretanto, atualmente o ato de fumar ressur­gindo, mesmo que de forma tímida, em produções exibidas em horários mais avançados, geralmente na faixa das 23 horas, Na série “O Caçador” exibida pela Rede Globo em 2014, por exemplo, o perso­nagem André, interpretado por Cauã Reymond, aparecia muitas vezes fumando. Como Cauã não é fumante ele usava cigarros cenográficos.

O TABACO e o coronavírus
O tabaco é responsável por inflamações e é prejudicial aos mecanismos de defesa do orga­nismo. Esses motivos colocam os fumantes entre os que têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos. Além de ter influência direta em doenças como sinusites e pneumonia, o consumo do tabaco é a principal causa de câncer de pulmão.

Tira e põe da mascara pode aumentar risco de transmissão

Estes fatos levam o tabagismo a ser fator de risco para a covid-19. Devido a um possível com­prometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.

Um dos motivos é o fato do fumante acabar an­dando parte do dia sem máscara e levando as mãos à boca para consumo do tabaco várias vezes ao dia. O fumante acaba não usando muito álcool em gel, por ser um produto inflamável e, muitas vezes, acaba se expondo mais por conta do consumo.

Dez dicas para largar de fumar
1- Tenha determinação na decisão.
2- Marque uma data significativa para largar o cigarro.
3- Escolha um método de parada: brusco ou gradual.
4- A vontade de fumar dura cinco minutos, evite recaídas.
5- Troque café por água gelada, água de coco e frutas.
6- Pratique hábitos saudáveis para ter bem-estar.
7- Peça apoio aos amigos e familiares.
8- Procure ajuda médica ou de profissionais de saúde.
9- Melhore sua alimentação e pratique exercícios.
10- Procure tratamento gratuito pelo SUS nas unidades de saúde de sua cidade.

Onde tratar do tabagismo em Ribeirão Preto
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO CSE SUMAREZINHO (Cuiabá)
Endereço: Rua Teresina, 690, Sumarezinho
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO UBDS CENTRAL
Endereço: Avenida Jerônimo Gonçalves, 466, centro
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO UBDS VILA VIRGÍNIA
Endereço: Rua Franco da Rocha, 1270, Vila Virgínia
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO NGA-59
Endereço: Rua Minas, 895, Campos Elíseos
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO CAPS-AD
Endereço: Rua Pará, 1.310, Ipiranga
AMBULATÓRIO DE TABAGISMO CAPS-3
Endereço: Rua Pará, 1280, Ipiranga
USF VALENTINA FIGUEIREDO
Endereço: Rua João Felipe Elias de Andrade, 451,
Valentina Figueiredo

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