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Viena

O lugar mais romântico do mundo talvez seja Viena, capital da Áustria. A cidade rescende a arte, cultura, alegria. O Danúbio, azul na sua valsa, flui controlado pela urbe. Seus bosques, protagonistas de outra valsa, perfumam as cercanias. E a Viúva Alegre, sua opereta emblemática, reflete o ânimo de seus habitantes. Sem falar nas con­feitarias, com seus doces, tortas e merengues.

A ocupação da área da atual Áustria começou a ser feita pelos celtas, antes da Era Cristã. Depois chegaram os romanos e com a queda de seu império, as terras austríacas passam a fazer parte do Sacro Império Germânico Romano. A Áustria surge então, juntan­do checos, eslovênios, eslováquios, croatas, bósnios, montenegrinos, italianos e outras nacionalidades, que dariam o poderosíssimo Império Austro-Húngaro, sob o comando da família Habsburg.

Cinquenta e três milhões de habitantes, com suas culturas, suas línguas, suas identidades partilhavam de sua formação, que duraria até o final da I Guerra Mundial, quando o império foi dissolvido. Viena, como sua capital, recebeu grandes investimentos, que a tor­naram na cidade de hoje. Viena tem tantas igrejas, teatros palácios, parques como Paris e Londres e não caberiam nesta crônica. Relato os que mais me impressionaram.

O Ringstrasse é um anel viário que circunda o centro da cida­de e onde se encontram grandes construções públicas e privadas. Foi construído no local onde havia as muralhas do século XII, que existiram até o século XIX, quando a cidade extrapolou seus limites. Fez-se assim um planejamento urbano e o anel passou a abrigar, entre outros, a Prefeitura, a Universidade, a Câmara, o Parlamento, a Nova Ópera, a Bolsa de Valores e palácios e pala­cetes das famílias ricas da época.

Dos palácios, falarei de três. O Palácio de Schönbrunn (bela fonte), do século XVII foi a sede de verão da família Habsburg até o final do Império. Ali passou grande parte de sua vida D. Leopoldi­na, que viria a ser nossa primeira Imperatriz. Chamado de Versalhes Austríaco, vale a visita pela riqueza de suas decorações, sua enorme área e seus jardins, que dão ideia da grandeza do Império.

Já o Hofburg era o palácio de trabalho e residência oficial das Habsburg, localiza-se no centro da cidade e vale a visita. Ali se desenrolaram os mais importantes fatos da história austríaca. Numa de suas dependências está a Escola Espanhola de Equitação, onde, em amplo anfiteatro, são apresentadas as acrobacias dos cavaleiros e cavalos, que pulam, dançam, caminham para trás, num, balé inicia­do no século XVI e aperfeiçoado constantemente até hoje.

E os Palácios Belvedere. Cercados de amplos e majestosos jardins os dois palácios, o superior e o inferior apresentam no­táveis obras de arte contemporânea, inclusive a Coleção Gustav Klimt, com sua arte ousada e moderna, a nos surpreender com sua cores e poses.

A Viena que inventou os cafés, a valsa, a opereta pode ser sentida em seus inúmeros teatros. No mais importante deles, a Ópera da Cidade, pode-se ver uma apresentação de balé clássico e depois ir saborear, ao lado, na Confeitaria Sacher uma Sacher­torte , feita de chocolate com recheio de damascos, criada ali em 1832 e que se tornaria prato típico da cidade. Viena é também a única capital europeia circundada por grandes vinhedos, que produzem excelentes vinhos brancos.

Da última vez que ali estivemos, era começo da noite, nos dirigíamos para a Graben, larga rua de pedestres cheia de cafés, quando nos deparamos com uma enorme lua nascente entre os telhados antigos e nela, refletido numa mancha negra, o sol. Era um eclipse da lua, que nos maravilhou e completou o encanto que Viena sempre nos proporciona.

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