Por: Adalberto Luque
A Polícia Militar encontrou o corpo de um homem de 60 anos num apartamento, na Rua Salvador Cosso, 654, Jardim Irajá, zona Sul de Ribeirão Preto. O cadáver de Edmar Oliveira foi localizado em avançado estado de decomposição na noite desta terça-feira (08).
Segundo informações, a PM teria sido acionada por vizinhos que, há vários dias, não avistavam Oliveira e, há pelo menos dois dias, eles sentiam um forte odor vindo do apartamento onde este morava.
Assim que os policiais militares chegaram ao imóvel, foram informados de que uma ex-companheira de Oliveira estivera no local havia cerca de 40 minutos e teria ido embora na companhia do pai carregando uma sacola plástica.
Neste momento, a mulher, de 47 anos, voltou ao imóvel e os PMs pediram que ela abrisse a porta do apartamento. Ela foi questionada sobre o odor, mas nada disse. Os PMs, a mulher, seu pai e um vizinho entraram no imóvel.
O corpo estava caído de bruços na porta do banheiro do apartamento, entre os dormitórios, com uma toalha sobre o rosto. Sobre a mesa foram encontrados cartões bancários, extratos de movimentação financeira e correspondências, além de cadernos com frases consideradas sem sentido, conforme descrito no boletim de ocorrência (BO).
A Polícia Científica esteve no local. De acordo com o BO, não havia vestígios que indicasse luta corporal ou violência. Os vizinhos também não teriam ouvido gritos ou barulhos nos últimos dias.
Segundo testemunhas, o homem foi visto no prédio pela última vez no dia 26 de julho. Por conta do adiantado estado de decomposição do corpo, a perícia não pode informar se a causa da morte seria natural, como por exemplo um mal súbito, ou se por ação externa, com violência ou até mesmo envenenamento.
Depois da perícia, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passaria por exame necroscópico, com exame específico de vísceras e toxicológico. A ex-companheira, seu pai e testemunhas foram encaminhados para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), no Centro de Ribeirão Preto.
A mulher foi questionada sobre estar no local onde havia o cadáver do homem com quem havia se relacionado. Ela disse apenas que teve envolvimento, mas alegou desconhecer o que pudesse causar seu óbito. Em depoimento, uma testemunha disse ter ouvido o pai da ex-companheira dizer a ela que “saísse logo do local, senão poderia ser cúmplice”.
De acordo com o BO, o homem disse que sua filha sofre de distúrbio psiquiátrico e se trata com médica particular. Diante da impossibilidade de indicar se a morte foi natural ou em decorrência de ação humana externa, o delegado liberou a mulher e vai dar andamento nas investigações.
Ele determinou a realização de exame de corpo de delito na ex-companheira de Oliveira. Mesmo se comprovado que foi morte natural, ela poderia responder por ter deixado de comunicar às autoridades sobre o óbito da vítima, mas se for considerada incapaz, neste caso pode não haver punibilidade. As investigações prosseguem e aguardam o laudo do IML, que possa apontar o que causou a morte do homem de 60 anos.