Pouco menos de três meses após realizar seu primeiro teste com passageiros humanos, a Virgin Hyperloop publicou um vídeo com o que a empresa imagina que será a experiência de fazer uma viagem num dos seus trens ultrarrápidos. Da chegada aos terminais ao desembarque, a produção dá uma mostra do que pode ser o transporte do futuro.
“Projetar um novo meio de transporte do zero é uma oportunidade e uma responsabilidade”, disse Sara Luchian, diretora de experiência do passageiro da Virgin Hyperloop e uma das primeiras pessoas a usar o hyperloop em novembro. “A tecnologia Hyperloop – e o que ela permite – está mudando o paradigma”.
Na produção, é possível ver que o interior dos vagões lembrará os assentos de um avião. Passageiros têm estações de carregamento sem fio para seus telefones e podem acompanhar informações da viagem numa tela que fica na parte de trás das cadeiras. O vídeo conceitual mostra as pessoas viajando a 1.200 km/h na maior tranquilidade.
Cada trem será capaz de transportar até 28 passageiros, mas a Virgin garante que o software de inteligência de máquina permitirá uma proximidade maior entre os comboios, permitindo o transporte de “milhares de passageiros por hora” ao longo de uma rota.
A empresa espera que o sistema de transporte seja acessível para todos, e não apenas para pessoas com dinheiro. Os preços das passagens dependem da rota, mas a Virgin Hyperloop sugere que as tarifas serão mais próximas ao custo de dirigir de um lugar para o outro do que ir de avião.
“É simples. Se não for acessível, as pessoas não usarão ”, disse Jay Walder, CEO da Virgin Hyperloop. “O transporte diário de alta velocidade atualmente não é viável para a maioria das pessoas, mas queremos mudar essa noção. Imagine ser capaz de se deslocar entre cidades que atualmente estão separadas por horas em minutos – e as infinitas possibilidades que se abrem”, completa.
Teoria e prática
Fora da propaganda, o mais concreto que temos do projeto da Virgin Hyperloop foi o teste realizado em Las Vegas, Nevada (EUA), em novembro. Por alguns segundos, dois passageiros – Luchian e o diretor de tecnologia da empresa, Josh Giegel – percorreram os 500 metros da pista de teste a 160 km/h, velocidade ainda distante da prometida para o veículo, que deve ultrapassar 1.200 km/h no futuro.
Segundo Giegel, a sensação é semelhante a estar em um avião decolando. A cápsula é suspensa por levitação magnética, mesma tecnologia usada em trens-bala. A diferença é que o hyperloop percorre um tubo selado a vácuo depois de ser impulsionado como um “estilingue”. Sem enfrentar resistência do ar, ele pode ser tão veloz quanto um jato comercial.
A Virgin Hyperloop estima que, com pistas extensas o suficiente, o veículo já está no patamar de desenvolvimento para alcançar cerca de 1.080 km/h. O recorde em testes foi atingido em 2017, quando o Pegasus viajou a 386 km/h.
Até hoje, nenhum governo do mundo assinou contrato para a construção de um sistema de transporte desse tipo. Documentos vazados em 2016 sugeriam que um hyperloop custaria entre US$ 9 bilhões e US$ 13 bilhões, valor consideravelmente mais alto que o necessário para construir um trem-bala.
Em 2017, os principais executivos da Virgin Hyperloop disseram ao The Verge que esperavam ver “hyperloops funcionando em todo o mundo até 2020”. A previsão falhou, já que somente agora está sendo testada a capacidade do veículo de levar passageiros.
Quando finalizado, o hyperloop da Virgin terá 23 assentos e atravessará o deserto de Nevada em cerca de 35 minutos. Segundo a nova previsão dos executivos da empresa, isso deve acontecer em 2021.
Via: Digital Trends/Gizmodo