VENEZA
Filme nacional, exibido nos Festivais de Cinema de Gramado e do Rio de 2019, por conta da pandemia só agora entrou em cartaz nos cinemas. Dirigido por Miguel Falabella, também responsável pelo roteiro numa adaptação da peça teatral do escritor argentino Jorge Accame. Gringa (Carmen Maura), é uma espanhola que em 1940 trabalhava em um bordel onde apaixona pelo italiano Giácomo. Este, oferece dinheiro para a dona do lugar, compra Gringa, lhe pede em casamento e quer levá-la para Veneza. Mesmo apaixonada, mas sem querer ser propriedade de ninguém, ela foge para o Brasil. Anos depois, também dona de um bordel numa cidade do interior do Brasil, já velha, doente e cega, seu maior sonho é ir para Veneza a procura do amante que abandonou e lhe pedir perdão. Para que seu sonho se realize, Rita (Dira Paes), Tonho (Eduardo Moscovis), um comerciante que recebe sexo em pagamento pelo seus serviços, as outras garotas que ali trabalham e com a ajuda de uma trupe de artistas de circo, se unem em um plano fantástico. Falabella, conhecido pelos seus trabalhos como ator e apresentador na televisão, encontrou seu lugar certo atrás das câmaras, como um excelente cineasta e roteirista. Em Veneza, ele nos apresenta de modo lúdico o universo de mulheres fortes que, mesmo marginalizadas pela sociedade, também ousam sonhar. Um filme que fala de união e poético, apesar do lugar onde a história se desenrola. Cada personagem tem sua história de vida, seus sonhos e desejos. Mesmo as cenas de nudez são apresentadas de forma a não mostrar vulgaridade. Apresentando uma ótima fotografia e um elenco de peso, mostra a evolução do cinema nacional. Ao lado Carmen Maura, atriz espanhola considerada a musa de Almodovar, brilham as brasileiras Dira Paes, Danielle Winitz e Carol Castro. No elenco masculino, a excelente atuação de Eduardo Moscovis.