O telescópio Canadense CHIME (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment) captou recentemente um sinal vindo diretamente dos confins do espaço sideral. O fenômeno é conhecido como “rajada rápida de rádio” (FRB, na sigla em inglês), algo captado em apenas algumas raras ocasiões até hoje – de fato, não mais do que duas dúzias desde que essa verdadeira “explosão de rádio” foi notada pela primeira vez em 2007.
Mas o sinal misterioso descoberto pelo CHIME traz um diferencial em relação aos anteriormente descobertos. Batizado de FRB 180725A, trata-se do primeiro registro com frequência inferior a 700 MHz.
Embora os cientistas ainda estejam por descobrir a origem, a frequência relativamente baixa faz supor um evento com altíssima liberação energética – cuja origem poderia tanto ser um buraco negro quanto uma supernova, a explosão de uma estrela, ou ainda indícios de uma civilização alienígena com tecnologia altamente desenvolvida.
“O fato de uma frequência baixa de FRB ter sido detectada nos dá esperanças de poder entender de onde eles vêm e o que os causa”, disse o professor de astrofísica da Universidade de Nottingham, Christopher Conselice, em entrevista ao site Daily Mail. De fato, a origem poderia mesmo ser um mecanismo físico ainda não compreendido pela ciência.
“Estado da arte” de R$ 60 milhões
Embora rajadas rápidas de rádio provavelmente bombardeiem a Terra milhares de vezes por dia, as tecnologias disponíveis até o momento foram capazes de captar apenas uma pequena amostra. Mas tecnologias como a do CHIME têm alterado esse cenário.
Por conta de seu verdadeiro “estado da arte”, o telescópio canadense foi capaz de detectar a frequência relativamente baixa de 580 MHz. Ao custo aproximado de R$ 60 milhões, a missão principal do CHIME é a de captar sinais emitidos enquanto o universo ainda contava apenas entre 6 bilhões e 11 bilhões de anos. Caso as novas tecnologias voltadas à astrofísica mantenham o ritmo de desenvolvimento atual, é de se esperar que despontem cada vez mais “mensagens” oriundas dos confins do universo.