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Victor Godoy Veiga assume a Educação

MARCELLO CASAL JR./AG.BR.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou Victor Godoy Veiga como novo ministro da Educação. Ele já exercia o cargo interinamente desde o fim de março, após a saída de Milton Ribeiro devido a denúncias de corrupção na pasta reveladas pelo Estadão. A nomeação foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta segun­da-feira, 18 de abril.

O cargo mais recente de Veiga foi como secretário-exe­cutivo do MEC. Antes, atuou como auditor federal de finan­ças e controle da Controlado­ria-Geral da União (CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020. Ele é o quinto titular a assumir o Ministério da Edu­cação. Todos os seus anteces­sores no governo Bolsonaro se envolveram em controvérsias ou foram alvos de denúncias enquanto chefiavam a pasta.

A nomeação de forma efe­tiva, após breve período como interino, deixa mais distante a volta de Ribeiro ao cargo, pos­sibilidade que foi considerada na ocasião de sua exoneração. O ex-ministro mantinha uma agenda paralela com os pas­tores Gilmar Santos e Arilton Moura, que, segundo denún­cias, cobravam propina de prefeitos para encaminhar de­mandas ao Ministério.

Este, por sua vez, priorizava as demandas da dupla por meio de repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa­ção. Prefeitos confirmaram no Senado os pedidos de propina. Os pastores evangélicos que operaram o gabinete paralelo no MEC estiveram dezenas de vezes no Palácio do Planalto na gestão de Bolsonaro.

Os registros da segurança do Palácio contam 35 acessos do pastor Arilton Moura e ou­tros dez de Gilmar Santos, da Assembleia de Deus Cristo para Todos. Inicialmente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) se recusou a fornecer os dados sobre as visitas dos dois ao Palá­cio, solicitados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Victor Godoy chegou ao MEC em julho de 2020, mes­mo mês em que foi nomeado seu antecessor, Milton Ribeiro. Ele ocupou o cargo de secretá­rio-executivo por pouco menos de dois anos, até ser oficializado como titular nesta segunda-feira (18). Antes, passou 16 anos na Controladoria-Geral da União (CGU), onde começou sua car­reira como auditor federal.

Godoy possui uma gradu­ação e duas especializações, nenhuma delas na área da Edu­cação. Segundo informações do ministério, ele é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu o curso em 2003, um ano antes de ingressar na CGU. O ministro tem especialização em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra.

O tema de sua monografia nessa formação é a “competên­cia dos órgãos públicos no com­bate à corrupção”. Vale destacar que o ex-ministro Milton Ribei­ro, seu antecessor, foi afastado após denúncias de corrupção envolvendo o gabinete paralelo de pastores que interferiam no empenho de verbas da pasta.

Ao anunciar Godoy como seu número 2, em 2020, Ribei­ro destacou que o novo secre­tário-executivo trabalhava na área da CGU que auditava o Ministério da Educação. Uma de suas primeiras ações na pas­ta foi exonerar quatro ex-asses­sores especiais do ex-ministro Abraham Weintraub.

Em 13 de janeiro de 2021, Godoy participou de reunião do MEC com os pastores Aril­ton Moura e Gilmar Santos, a dupla que compunha o gabinete paralelo da pasta. A agenda foi um café da manhã com diver­sos prefeitos. Entre eles, estavam alguns dos que relataram só ter conseguido acesso ao ministério por meio dos pastores.

A pauta do encontro foi “alinhamento político”. Godoy também tem especialização em Globalização, Justiça e Se­gurança Humana pela Escola Superior do Ministério Públi­co. Segundo seu currículo na plataforma Lattes, o ministro tem somente um artigo publi­cado em periódico científico. Ele é coautor de um estudo so­bre acordos de leniência.

Até 2020, sua experiência profissional também não esteve relacionada ao campo da educa­ção. Na Controladoria, foi chefe de divisão, coordenador-geral de auditoria e chefe da Diretoria de Acordos de Leniência. Fez carreira em funções adminis­trativas, como a que ocupou no Ministério a partir de 2020.

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