Secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Victor Godoy Veiga foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir interinamente o cargo de ministro da Educação. Ele ocupará o lugar de Milton Ribeiro, que foi exonerado na segunda-feira, 28 de março, após denúncias de corrupção envolvendo favorecimento a pastores, que faziam parte de um gabinete paralelo, reveladas pelo Estadão.
O novo cargo de Godoy foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (30). Para isso, ele deixará a função de secretário executivo da pasta, função que exerce desde julho de 2020. Quinto nome a ocupar o MEC no governo Bolsonaro, Godoy atuou como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020.
Passou a integrar a equipe do MEC como secretário executivo em julho de 2020, mesmo período em que Milton Ribeiro assumiu o comando da pasta.
A mudança ocorre após a abertura de uma investigação contra o ex-ministro, suspeito de favorecer a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tendo dois pastores como intermediários, Gilmar Santos e Arilton Moura.
Eles passaram a facilitar o acesso ao então ministro. Os religiosos foram acusados por prefeitos de cobrar propina em dinheiro, em compras de bíblias e até em ouro. Na semana passada, a Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o ex-ministro Milton Ribeiro. A medida foi autorizada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.
O escândalo ganhou força após a divulgação de um áudio, pelo jornal Folha de S.Paulo, no qual Ribeiro diz favorecer, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prefeituras de municípios ligados aos dois pastores. O caso veio à tona há cerca de dez dias, por meio de uma série de reportagens do jornal O Estado de S.Paulo.