A semana do Botafogo foi de muitas emoções. Na terça-feira, de forma surpreendente, demitiu o técnico Paulo Baier e na quarta anunciou a chegada do seu novo comandante, o experiente Adilson Batista. Em meio a tantas mudanças, o Tribuna explica o passo a passo de tudo o que aconteceu no Pantera nos últimos dias.
Derrota em São Bernardo
O Botafogo chegou para encarar o São Bernardo líder do Grupo 1. Uma vitória deixaria o Pantera praticamente classificado. O confronto era considerado difícil, mas com gol de Edson logo nos primeiros minutos de partida tudo mudou. Na reta final do primeiro tempo, o atacante João Carlos foi expulso e o Botafogo foi para o intervalo vencendo e com um homem a mais em campo.
Mas, o futebol é uma caixinha de surpresas e o Tricolor conseguiu perder a partida. De forma inexplicável, o Botafogo abdicou de jogar na segunda etapa e sofreu um revés vexatório. Após a partida, Baier foi para a coletiva, lamentou a derrota, mas jogou a culpa do resultado para os jogadores dizendo que orientou o time de forma diferente, mas que no decorrer do jogo qualquer mudança de postura “fica longe do meu alcance”.
Demissão de Baier
A segunda-feira no Botafogo foi relativamente tranquila e o assunto da demissão de Baier não rondava os bastidores do clube. Na internet torcedores se dividiam entre opiniões favoráveis e contrárias à manutenção do treinador.
Na terça, por volta de uma da tarde, o clube comunicou oficialmente a demissão do técnico. Na nota emitida, o clube informou que a decisão havia sido tomada naquela manhã após reunião entre as partes. O aviso também dizia que José Leão, auxiliar fixo do Pantera, seria o comandante da equipe nas próximas partidas.
Novo treinador
A ideia que se deu quando foi comunicado que José Leão seria o treinador nas próximas partidas foi a de que não havia pressa para a busca de um novo treinador. Especulou-se, inclusive, que Leão seria observado pela diretoria com a possibilidade de ser efetivado.
O clube chegou a apresentar aos torcedores as credenciais de Leão, contando brevemente sua trajetória na nota de demissão de Baier.
Ainda assim, nomes começaram a ser especulados. Principalmente em grupos de torcedores botafoguenses. Alan Aal, Mozart, Alberto Valentim e Geninho foram alguns dos nomes lembrados pelos torcedores.
Adilson Batista
Na quarta-feira ainda não existia direcionamento para nenhum dos nomes especulados. O nome de Adilson Batista, com menos força, também passou a ser ventilado. Na tarde de quarta, por volta das quatro da tarde, o Tribuna fez contato com Adilson Batista por Whatsapp. O treinador respondeu e afirmou que não havia sido procurado pelo clube.
Porém, Adilson elogiou o Botafogo e afirmou: “Um dia tenho absoluta certeza que irei, cidade é boa, time tradicional, dá para voltar a incomodar os grandes como antigamente”.
A frase de Adilson foi bastante sugestiva e horas depois, por volta das dez da noite, ele foi anunciado oficialmente nas redes do clube. Na nota o Tricolor informou que ele vai acompanhar a partida de sábado contra o Água Santa e o time será comandado por Leão. A estreia oficial de Adilson Batista será na próxima quarta-feira, diante do Parnahyba, pela Copa do Brasil.
Quem é Adilson Batista?
Aos 54 anos de idade, o novo comandante do Pantera tem longa história no futebol. Como jogador, fez história com a camisa do Cruzeiro e do Grêmio. Ele também passou pelo Atlético Mineiro, Internacional e Jubilo Iwata, do Japão. Em 2000, Adilson fez parte do elenco do Corinthians campeão mundial.
Após a passagem pelo Timão, Adilson pendurou as chuteiras e virou treinador. Começou sua carreira no Mogi Mirim. Depois passou por diversos clubes. América-RN, Avaí, Grêmio, Paysandu, Sport, Figueirense, Jubilo Iwata, Cruzeiro, Corinthians, Santos, Athletico Paraense, São Paulo, Atlético Goianiense, Figueirense, Vasco, Joinville, América-MG, Ceará e Londrina são os clubes em que Adilson Batista trabalhou ao longo da carreira.
Títulos
No seu currículo Adilson Batista não tem títulos de expressão. Foi bicampeão mineiro com o Cruzeiro, venceu um campeonato Potiguar com o América-RN e um campeonato catarinense com o Avaí. Adilson também foi finalista da Libertadores de 2009 com o Cruzeiro, mas acabou derrotado pelo Estudiantes de Verón.
Histórico de rebaixamento
Adilson Batista tem um peso ruim em sua carreira, o histórico de rebaixamentos no Brasileirão. Ao todo são sete trabalhos com o dedo do treinador que terminaram com descenso. Vale ressaltar que não foram em todas as campanhas que ele terminou a competição no comando das equipes. Porém, teve participação nas campanhas de queda.
No Grêmio, em 2004, ficou oito jogos. No Athetico Paranaense, em 2011, comandou seis partidas. No Atlético Goianiense, dois jogos, em 2012. No Vasco da Gama, em 2013, sete partidas. No Joinville, em 2015, dez jogos. No América Mineiro, em 2018, 19 partidas. No Cruzeiro, em 2019, foram apenas três partidas.