Tribuna Ribeirão
Política

Veto a sátiras a candidatos viola liberdade de expressão

“O período eleitoral não é diferente de qualquer ou­tro período da vida nacional, não é um período de exceção democrática que exija regras diferenciadas para conter a li­berdade de expressão no país”. A manifestação é da procura­dora-geral, Raquel Dodge, na sessão desta quarta-feira, 20, do Supremo Tribunal Fede­ral, durante julgamento de ação proposta pela Associa­ção Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) contra dispositivos da Lei das Eleições (9 504/97).

As informações foram di­vulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procu­radoria. As normas – suspensas por liminar do Plenário do STF em 2010 – vedam as emissoras de veicularem programas que degradem ou ridicularizem candidatos nos três meses que antecedem as eleições.

O julgamento foi suspen­so após cinco votos pela pro­cedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4451, seguindo entendimento da Procuradoria-Geral da Re­pública, mas foi retomado na sessão desta quinta-feira, 21.

Raquel Dodge concordou com os argumentos da Abert de que as normas violam a li­berdade de expressão.

Segundo ela, os dispositivos questionados – artigo 45, inci­sos II e III – em parte, da Lei das Eleições – “ferem três princípios constitucionais valiosos para a democracia, a liberdade de pen­samento e de expressão, a liber­dade de acesso à informação e a proibição da censura prévia”.

A procuradora-geral des­tacou que o período eleitoral é o momento da escolha de representantes tanto no Poder Executivo, quanto no Poder Legislativo, “que exige que os candidatos se manifestem e apresentem suas ideias, mas que também aflorem críticas a essas ideias”.

De acordo com ela, “uma das formas mais importantes de crítica existente em qual­quer país é a despertada por meio do humor e da sátira, que revela empatias ou anti­patias por ideias, por pessoas, e por modelos que estão sen­do propostos à nação no perí­odo eleitoral”.

Para Raquel, é neste perío­do que a reflexão crítica é mais necessária, exatamente porque estarão sendo eleitos aqueles que representarão a população brasileira, por meio de manda­to de curto período, nos Pode­res Executivo e Legislativo. “E neste momento é importante que aqueles que divulgam a informação exerçam também a crítica jornalística”, ressaltou.

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