Tribuna Ribeirão
Política

Vereadores discutem cargos de ‘chefia’

Os cinco vereadores que compõem a Mesa Diretora da Câmara de Ribeirão Preto em 2018 escolheram a primeira se­mana de janeiro para uma série de reuniões. O objetivo é definir a pauta de trabalho para o ano todo. Na terça-feira (2), primeiro dia útil, o presidente Igor Oli­veira (PMDB), o primeiro vice Orlando Pesoti (PDT), o se­gundo vice Alessandro Maraca (PMDB), o primeiro secretário Lincoln Fernandes (PDT) e o segundo Fabiano Guimarães (DEM) estiveram reunidos até o início da noite, discutindo todos os contratos do Legis­lativo, as comissões técnicas (compostas por servidores) e as encarregadorias (que geram gratificações por chefia).

Existem na Câmara de Ri­beirão Preto dezenas de gratifi­cações que turbinam os salários dos servidores efetivos. Todas foram aprovadas nas gestões de ex-presidentes, em especial Cícero Gomes da Silva (PMDB) e Walter Gomes (PTB), que co­mandaram o Legislativo por cinco anos seguidos desde 2011 até 1º de setembro de 2016, quando foi de­flagrada a Operação Sevandija.

No ano passado, a então Mesa Diretora, presidida por Rodrigo Simões (PDT), man­teve todas as chefias inalte­radas. A da seção de Pregão Eletrônico, que está desde 2011 com a mesma servidora – ape­sar da recomendação do Tribu­nal de Contas do Estado e São Paulo (TCE-SP) para que haja um rodízio –, turbina o salário do cargo em R$ 3.036,18.

A chefia da seção de Trans­porte eleva o salário em R$ 3.889,48. A encarregadoria da Divisão de Serviços Gerais vale R$ 2.559,79. A do setor de con­tabilidade agrega ao salário R$ 3.889,48. A do posto médico rende os mesmos R$ 3.889,48. A chefia da folha de pagamen­tos rende R$ 2.879,90. A chefia da seção de Recursos Humanos vale R$ 4.438,02. A chefia da se­ção de Tramitação de Projetos vale gera R$ 3.889,48. A chefia da seção de Serviços do Plenário vale R$ 2.559,79. E por aí vai…

Além das chefias, a Câmara tem ainda diversas comissões técnicas, compostas por vários servidores. Fazer parte de uma delas rende mais alguns troca­dos. Quem faz parte da Comis­são de Licitação ganha um extra de R$ 611,55, mesmo valor da gratificação de quem integra a equipe de apoio ao pregoeiro(a). Pertencer à Comissão de Segu­rança rende R$ 653,72. Fazer parte da Comissão do Arquivo Público vale R$ 326,86.

Em entrevista exclusiva pu­blicada no último domingo (31 de dezembro), o presiden­te do Legislativo, Igor Oliveira (PMDB), prometeu rever as gra­tificações por chefia distribuídas por seus antecessores. Segundo ele, a partir de agora a indicação dos ocupantes de chefias ou en­carregadorias será com base no mérito, e não mais por apadri­nhamento político.

Nesta quarta-feira (3), os cin­co integrantes da Mesa Diretora voltaram a se reunir, e desta vez o tema foi o polêmico “puxadi­nho”, prédio anexo da Câmara que teve as obras paralisadas em dezembro de 2016. Já custou aos cofres públicos R$ 6,4 milhões, dos R$ 6,8 milhões previstos no contrato, mas ainda exige um investimento bem superior aos R$ 400 mil restantes no contra­to original para ficar pronta – a empresa diz que precisa de R$ 1,7 milhão para concluir o local.

A Mesa Diretora de 2017 não tomou nenhuma decisão e aguarda o posicionamento do Ministério Público Estadual (MPE), que analisa dois laudos técnicos sobre a obra. A expec­tativa é que o resultado seja di­vulgado até o final deste mês. O Tribuna apurou que a presidên­cia da Câmara pretende retomar a obra e concluí-la até julho.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que acompanhou o caso pediu a rescisão unilateral do contrato com a Cedro Cons­trutora, mas o novo comando do Legislativo vai aguardar o pare­cer do MPE. A empresa diz que cumpriu tods as suas obrigações previstas em contrato. “Segue reafirmando seu compromisso com a conclusão da obra e acre­dita que a continuidade do con­trato é a solução técnico-econô­mica mais viável para atingir este objetivo”, diz nota.

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