Tribuna Ribeirão
Geral

Vereadores criam CEE da Pandemia

CÂMARA DE RIBEIRÃO PRETO

A Câmara de Vereadores criou uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para analisar os gastos da prefeitura de Ribei­rão Preto na pandemia do novo coronavírus. Instalada em 17 de junho a partir de requerimento do vereador Sergio Zerbinato (PSB), que será o presidente, terá como vice Duda Hidalgo (PT).

Marcos Papa (Cidadania) será o relator e a comissão contará com a colaboração de Jean Corauci (PSB) e Lincoln Fernandes (PDT). A criação de uma CEE não precisa ser aprovada em plenário, serve apenas para dar ciência à Mesa Diretora. Basta apresentar as assinaturas de oito dos 22 dos vereadores – um terço.

Segundo os parlamentares, o objetivo da comissão é inves­tigar o uso de verba municipal, estadual e federal destinadas ao combate da pandemia. Nos mo­tivos elencados no requerimen­to estão, por exemplo, a análise dos recursos recebidos pela pre­feitura de Ribeirão Preto e como eles foram utilizados.

O autor da proposta tam­bém questiona o repasse de re­cursos para o Instituto de Previ­dência dos Municipiários (IPM) no ano passado. Em 29 de junho de 2020, a administração Duarte Nogueira (PSDB) fez dois re­passes ao órgão previdenciário com recursos recebidos do go­verno federal. O primeiro foi de R$ 3.113.482,61 e o segundo, de R$ 9.340.447,85, totalizando R$ 12.453.930,46.

Na época, o repasse foi questionado por vários políti­cos. A oposição afirmava que a verba era “carimbada”, ou seja, o dinheiro deveria de ser sido usado para o combate ao coro­navírus e não para outros fins. O assunto foi parar no Mi­nistério Público de São Paulo (MPSP) e virou alvo de inqué­rito civil, por meio da Promo­toria do Patrimônio Público.

Entretanto, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) decidiu que a prefeitu­ra de Ribeirão Preto não come­teu irregularidades no uso dos recursos federais recebidos para o combate à pandemia. O pa­recer foi enviado ao Ministério Público após análise e fiscaliza­ção feitas pela corte.

Na decisão, o Tribunal de Contas afirmou que, após fisca­lização, foi constatado que o re­passe feio ao IPM não continha irregularidades. Isso porque os recursos federais utilizados fa­ziam parte dos enviados a todos os municípios brasileiros para mitigação da queda na arreca­dação de impostos, provocada pela pandemia do coronavírus. Ou seja, poderiam ser usados em qualquer setor das prefei­turas, inclusive pagamentos de salários de servidores, aposen­tados e pensionistas.

“Ribeirão Preto recebeu recursos do governo federal destinado especificamente ao enfrentamento da pandemia, mas também foi beneficiado com receitas de caráter não vinculado previstas no inciso II do artigo 5º da lei comple­mentar nº 173/2020 para mi­tigação dos efeitos financeiros derivados da queda de arreca­dação dos Estados, do Distri­to Federal e dos municípios”, dizia parte da decisão. A CEE fará reuniões às terças-feiras, mas ainda não definiu quem serão os primeiros a depor.

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