O vereador André Rodini (Novo) decidiu recuar e apresentou um requerimento – aprovado na sessão da Câmara de Ribeirão Preto desta quinta-feira, 2 de dezembro – pedindo a interrupção da tramitação da moção de repúdio aos Correios da Noruega por causa de uma propaganda com um Papai Noel gay.
A moção será arquivada. Na terça-feira, 30 de novembro, a Câmara de Vereadores aprovou a moção de repúdio de autoria do vereador contra os Correios da Noruega, o Portal G1 e a repórter Luiza Tenente por causa de uma propaganda no país nórdico que traz um Papai Noel gay. A moção ganhou repercussão nacional.
Ao Tribuna, o parlamentar afirmou nesta quinta-feira que a moção não foi uma crítica à homossexualidade, mas, sim, contra a sexualização do personagem. “O Papai Noel é um personagem infantil, tem uma imagem pueril. Não pode ser sexualizado. Como a proposta não foi entendida decidi interromper o trâmite”, diz. O parlamentar pretende se retratar ao G1 e à repórter.
A moção foi aprovada por seis votos a favor, cinco contra e cinco abstenções. A campanha dos Correios da Noruega colocou o Papai Noel em um relacionamento gay para marcar os 50 anos do fim da lei que proibia relações entre pessoas do mesmo sexo no país. Intitulado “Quando Harry Conhece Noel”, o vídeo tem quase quatro minutos.
Mostra como Harry, um homem gay de meia idade, flagra acidentalmente Noel em sua casa na véspera de Natal. O vídeo acompanha as visitas anuais do bom velhinho a Harry, mas o contato dos dois é sempre interrompido pela obrigação de Noel em levar os presentes.
Até que Harry decide, em uma carta endereçada ao Polo Norte, declarar seu amor por Noel: “Querido Papai Noel, tudo o que eu quero de Natal é você”, escreve. Campanhas anteriores da empresa já trataram de assuntos considerados polêmicos.
Em 2019, eles colocaram José, pai de Jesus Cristo, como um carteiro em Belém. Já em 2020, com a campanha “Faça o Natal Grande de Novo”, eles brincaram com o então presidente americano republicano Donald Trump, que acabava de perder as eleições. André Rodini decidiu incluir a repórter e o veículo de comunicação na história por causa da maneira como trataram a matéria.