De um lado canteiros, praças, parques e áreas verdes com cuidados, limpas e com manutenção constante. De outro, publicidade para quem cuida dessas áreas e valorização do espaço, uma vez que invariavelmente esses locais ficam em frente, ou próximos de empresas. Essa troca faz parte do Programa Verde Cidade, implantado pela Prefeitura de Ribeirão Preto, mas que, na prática não tem funcionado na sua totalidade.
O Tribuna constatou que muitos canteiros, alguns em avenidas de grande fluxo de veículos e pessoas, possuem as placas publicitárias, mas estão abandonados, com mato e vegetação altos, sendo que, em alguns pontos, encobrindo as próprias propagandas. O problema persiste há semanas. Em outros, o mato que estava alto foi cortado e a limpeza realizada.
O Programa Verde Cidade é coordenado atualmente pela Coordenadoria de Limpeza Urbana e regulamentado pelo Decreto nº 313/17. No decreto diz que o programa “oferece oportunidade para as entidades da iniciativa privada e da sociedade civil organizada adotarem áreas verdes, parques, praças, rotatórias e canteiros centrais de avenidas, tendo como objetivo a implantação, preservação, recuperação, arborização e manutenção desses espaços. Em contrapartida a empresa poderá divulgar sua marca, obedecendo às especificações”.
Em nota a administração municipal, informou que o Programa Verde Cidade passou a ser gerenciado diretamente pela Divisão de Praças e Parques Públicos, em 2017, e várias irregularidades foram encontradas. “Desde o início desta atividade foram constatadas diversas irregularidades em relação à falta de assinaturas em Termos de Parcerias, mais de um contrato por área, instalação das placas em desacordo com a legislação (espaçamentos entre placas e altura em relação ao solo inadequadas), falta de manutenção de áreas, entre outros”, diz a nota.
Com as irregularidades encontradas a Divisão passou a organizar os contratos em três categorias distintas: parques, praças e canteiros centrais de avenidas.
A Divisão alega que todas estas áreas passaram a ser vistoriadas para verificação “in loco” das situações atuais. “Constatando irregularidades optamos por, inicialmente, contatar os parceiros via e-mail solicitando adequações, no prazo máximo de 15 dias. Não sendo constatadas as adequações dentro deste prazo, os parceiros estão sendo notificados oficialmente por ofício com novo prazo de adequação de 15 dias, de acordo com o Artigo 19 do Decreto nº 313 de 21/11/2017”, explica a nota. “A partir deste prazo, não ocorrendo as adequações, estamos comunicando via email a rescisão dos Termos de Parceria, sendo providenciadas, às expensas da Prefeitura, a retirada das placas indicativas destas parcerias”, acrescenta.
O Tribuna apurou irregularidades nas avenidas Braz Olaia Acosta, Presidente Vargas, e Antônio Diederichsen. Em duas, a Divisão de Parques e Jardins diz ter atuado e acrescenta uma terceira. “Na semana corrente já foram retiradas placas de Termos de Parceria das avenidas Braz Olaia Acosta, Presidente Vargas e Dr. José Cesário Monteiro da Silva. Também ocorreram adequações nas avenidas Braz Olaia Acosta, Dr. José Cesário Monteiro da Silva, Independência, Presidente Vargas, Maurílio Biagi e Dina Rizzi”.
O Programa Verde Cidade, se respeitado o que diz o acordo, funciona e é bom para a empresa, para a Prefeitura e para o munícipe. No total, a Prefeitura tem hoje 131 contratos de parceria em andamento, sendo três parques, 17 praças e o restante de canteiros centrais de avenidas.
“Como as vistorias são realizadas conjuntamente com o acompanhamento de outras atividades desta Divisão, acreditamos que ainda será necessário um período de tempo para que o programa seja todo revisto e adequado.Existem tratativas para a formulação de Termo de Parceria, para manutenção do gramado do Parque Maurílio Biagi, assim como,outras áreas de praças e canteiros centrais de avenidas. Em novos contratos estamos encaminhando croquis das áreas ao parceiro, com indicação das metragens adequadas para a instalação de placas indicativas das parcerias, assim como, espaçamento entre placas, distâncias mínimas em relação ao início das áreas e altura das mesmas em relação ao solo”, explica em nota a Divisão.
Empresas e entidades podem entrar no Programa. Os interessados devem protocolar a solicitação junto ao Protocolo Geral, localizado na rua Cerqueira Cesar, 371, ou no Poupatempo, através de requerimento padrão e documentação complementar: contrato social da empresa solicitante; cópia do documento de identidade do responsável pela empresa (ou procurador devidamente documentado); descrição da área requerida, ilustrada com croqui, que pode ser imagem de internet e descrições das ações que a empresa pretende desenvolver na área. Não existe taxa de protocolo.
Reclamações referentes à manutenção de áreas com parcerias do Verde Cidade poderão ser registradas no e-mailverde[email protected]. com.br, ou pelo telefone 156.