Em evidência no cenário mundial, em grande parte por seus feitos esportivos recentes, como a excelente campanha na Eurocopa de 2016 e a classificação para a sua primeira Copa do Mundo da Fifa, em 2018, na Rússia, a Islândia é rapidamente associada aos Vikings e às grossas camadas de gelo que jazem sob todo o seu território durante o rigoroso inverno. Mas o que poucos sabem é que o país é um destino de extremos e que há atrativos simplesmente fantásticos, especialmente no verão.
Cravada no alto do mapa -mundi e cercada pelo Oceano Atlântico, a Islândia segue o calendário nórdico antigo, do qual não consta meia estação, como a primavera ou o outono. Por lá há apenas verão e inverno – 8 ou 80. E se durante o inverno os turistas buscam incansavelmente o show de luzes da Aurora Boreal, que é possível ver na própria capital Reykjavik, quando a temperatura sobe e a neve derrete, entre os meses de junho e agosto, o país se abre novamente para lugares e atrações que até então eram inacessíveis ou proibidos. Isso sem mencionar o sol da meia-noite, um fenômeno sem igual que só pode ser apreciado no verão.
Com as estradas desbloqueadas do gelo e maior tempo de luz natural – já que o sol praticamente não se põe, uma boa sugestão de roteiro, proposta da Interpoint Viagens & Turismo, inclui pontos de interesses em diversas regiões da Islândia. Na capital, Reykjavik, a agência oferece programas que envolvem desde tours de barco para observação de baleias, à visitas a museus, igrejas e catedrais, como de Hallgrimskirkja, situada no alto de uma colina e com torres de aproximadamente 75 metros. Ali, o destaque fica por conta da vista para a cidade, que é simplesmente magnifica.
Fora da capital, a Interpoint propõe um tour privado pelo Círculo Dourado, que é o roteiro turístico mais famoso do país. Este, com guia em português. Entre as atrações visitadas está o Thingvellir National Park, patrimônio Mundial da UNESCO e local de grande interesse histórico na cultura Viking. Ali eram realizadas grandes reuniões e decisões importantes para as tribos nativas da época. Esses encontros, aliás, eram chamados de Althingi, que significa parlamento. Estima-se que o primeiro tenha ocorrido em 930. Afora isso, estão previstas paradas para contemplação de gêiseres, como o Geysir Strokkur, que jorra água a uma altura de 40 metros.
No caminho para Selfoss, outra cidade no pacote da agência, a Cachoeira de Gullfoss, a mais famosa de todo o país, também vale a visita. Com uma queda d’água de 32 metros, as águas que decaem sob o canyon de duas etapas provém do segundo maior glacial do país, a geleira de Langjokull. Na Costa Sul de Selfoss, há ainda a cachoeira de Seljalandsfoss, oriunda da geleira/vulcão Eyjafjallajökull e a praia de areias negras de Reynisfjara.
Vale destacar também a Península de Borgafjordur e o incrível passeio pelo interior do segundo maior glacial da Europa, na Ice Cave. Resultado de muito estudo e empenho dos melhores engenheiros e do renomado geofísico e candidato presidencial, Ari Trausti Guðmundsson, a atração leva os visitantes para dentro da calota de gelo e expõe o magnífico “gelo azul”, que está enterrado profundamente abaixo da superfície.
Já Grindavik, última cidade do roteiro elaborado pela Interpoint, abriga atrativos pra lá de interessantes, como o vulcão adormecido de Thrihnukagigur, onde é possível descer pela chaminé do vulcão e admirar seu interior. Após a aventura, a agência propõe ainda uma visita à icônica Lagoa Azul, em Reykjanesskagi, bem pertinho da capital. Lá é possível tomar banho nas famosas fontes termais da Islândia e se despedir da terra de gelo da melhor forma possível, relaxando nas águas azuis e quentes nesta que é reconhecida como uma das maravilhas do mundo.
Gente nossa entre os ‘Vikings’
Rafael Cecchini é natural de Orlândia, morou em Ribeirão Preto, para onde se transferiram seus pais Celso e Beth, e depois decidiu correr o mundo. Esteve na Austrália, Londres e Estados Unidos, onde conheceu Vala, uma islandesa, piloto de avião, com quem se casou e foi morar em Reykjavik, a capital da Islândia, em 2003.
Hoje, já pai de quatro filhos, Gaukur, Alexandra, Elisabet e Isabella, ele trabalha em uma metalúrgica, a Elkem, e se encanta com o país que escolheu para formar sua numerosa e bonita família. Rafael, o Rafa, vem duas vezes por ano a Ribeirão Preto rever os familiares. Os filhos falam português e são a alegria dos avós.
Rafa diz que o turismo na Islândia é caro e aconselha estratégias alternativas para baratear custos, entre elas o aluguel de carro popular e hospedagem em hostel. “No verão, que começa em maio, a temperatura máxima fica em torno dos 20 graus, o que para nós corresponderia a 29 ou 30 em Ribeirão Preto,” explica. “Mas o turismo se desenvolveu tanto na Islândia, que os turistas não escolhem mais essa ou aquela estação: tem gente de todos os lugares e a qualquer hora,” diz.
Passeios básicos, feitos em ônibus, com destinos turísticos específicos, custam em torno de 100 dólares por pessoa, ou R$ 388, segundo a cotação de sexta-feira. A diária de um carro popular pode sair por até US$ 90, mas com a liberdade de o turista traçar o seu próprio roteiro e não se tornar refém dos horários estabelecidos pela agência de turismo.
Rafael Cecchini diz que o turismo aos poucos vem ocupando o espaço da indústria da pesca, que o país vive um bom momento e que o turista é bem-vindo.
Aliás, foi graças aos visitantes que a Islândia conseguiu registrar crescimento econômico a partir de 2011, após passar por programas de austeridade, consequência de uma severa crise econômica em 2008.
Segundo a instituição financeira Islandsbanki, turistas são responsáveis por quase 40% da renda islandesa em moeda estrangeira. Cada visitante contribui com cerca de 1.860 dólares para a economia local. E metade dos empregos criados desde 2010 são direta ou indiretamente ligados ao turismo.