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Venezuela tem série de protestos e mortes 

Venezuela: multidões foram às ruas do país e, em várias áreas, as manifestações acabaram dispersadas pelas forças de segurança (Samir Aponte/Reuters )

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, pediu ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que divulgue o quanto antes as atas de votação das eleições de domingo, 28 de julho, marcadas por suspeita de fraude. Os dois se reuniram na  segunda-feira (29), no Palácio Miraflores. O líder venezuelano disse a Amorim que só não divulgou as atas porque houve um “ataque hacker” durante a apuração, mas prometeu publicá-las nos próximos dias.  
 
A oposição afirma ter provas consistentes de que o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia venceu a disputa contra Maduro, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado ao regime chavista, anunciou a reeleição do ditador da Venezuela, agora para o período 2025-2031. Na conversa com Amorim, de aproximadamente uma hora, Maduro afirmou que a extrema-direita e os Estados Unidos estão financiando um “golpe” para derrubá-lo.  
 
Ele comanda a Venezuela desde 2013, quando Hugo Chávez morreu. Enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Caracas, Amorim também se reuniu com González e ouviu a desconfiança da oposição sobre a fraude nas urnas. A todos o ex-chanceler pediu cautela para não acirrar ainda mais a crise. Maduro expulsou diplomatas de países que contestaram o resultado. 
 
São representantes diplomáticos da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Mesmo com o silêncio de Lula, o PT, partido do chefe do Executivo, divulgou nota exaltando as eleições no país vizinho. Na publicação, feita no site do partido e assinada pela Executiva Nacional da legenda, chamou o ditador de “presidente Nicolás Maduro, agora reeleito” e defendeu que ele “continue o diálogo com a oposição”.  
 
A nota causou protesto da oposição no Brasil. Em live nas redes sociais, Maduro chegou a citar a reunião com Amorim, com quem se dá bem. “Eu dizia hoje a Celso Amorim: há um grupo de opositores que quer uma alternativa democrática, com respeito a instituições. Mas esse grupo (oposição liderada por Maria Corína Machado e González) é radical, fascista. Não é uma oposição democrática”, afirmou ele. 
 
O desfecho das eleições na Venezuela provocou uma série de questionamentos da comunidade internacional sobre a falta de lisura e transparência no pleito. Não é de hoje, porém, que o processo vem apresentando problemas. Impedida de concorrer, Maria Corína apoiou a candidatura de González.  
 
Na segunda-feira, ela disse ter atas suficientes para mostrar que o diplomata aposentado foi o vitorioso nas eleições. Para Maduro, ela está envolvida no “ataque hacker” que, segundo ele, foi verificado durante a apuração dos votos.  Ao menos sete morreram e outras 44 ficaram feridas durante as manifestações que tomaram ruas de diversas cidades da Venezuela desde segunda-feira, segundo ONGs que atuam no país. 
 
Quarenta e oito policiais sofreram ferimentos 749 pessoas foram presas. Os manifestantes protestam contra o resultado que indicou vitória de Nicolás Maduro. Segundo a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar e centros de saúde da Venezuela, uma das mortes ocorreu em Caracas e as outras duas, em Aragua, no centro do país. 
 
Multidões foram às ruas do país e, em várias áreas, as manifestações acabaram dispersadas pelas forças de segurança. Uma morte foi relatada na região de Yaracuy, no noroeste do país, segundo a ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.  O diretor da organização também informou que 46 pessoas foram detidas pelas autoridades. 
 
O Ministério das Relações Exteriores fez um alerta para que brasileiros que estejam na Venezuela ou tenham viagens programadas ao país evitem aglomerações e permaneçam cientes dos riscos. Conforme as recomendações do Itamaraty, os brasileiros devem se manter atualizados sobre a segurança nas áreas onde se encontram por meio de páginas oficiais 
 
Lula e BidenO presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta terça-feira (30) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a situação na Venezuela após as eleições presidenciais do último domingo (29). Segundo o Palácio do Planalto, Lula reiterou a necessidade de publicação das atas eleitorais do pleito e Biden concordou com a importância da divulgação dos documentos. 
 

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