Após um aumento expressivo nos primeiros dez dias da crise causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), as vendas nos supermercados se estabilizaram, inclusive apresentando queda em alguns dias, como ocorreu no Domingo de Páscoa (12) e na segunda-feira, 13 de abril. Na grande São Paulo as vendas caíram 11%, enquanto no interior a retração foi de 19%, nesses dois dias.
Desde o dia 7, quando as vendas haviam crescido 45,1% (semana anterior à Páscoa), o movimento presencial nas lojas tem apresentado queda. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) sugere aos consumidores que não estoquem produtos e não comprem além de suas necessidades do mês, como forma de ajudar na manutenção dos preços e permitir o abastecimento à maior parte da população. Importante também buscar produtos substitutos que podem estar com preços menores.
A queda no movimento também reflete que o abastecimento está se normalizando com a maioria da população ficando em casa, como recomenda a quarentena determinada pelo governo do Estado. As vendas de Páscoa, que estavam projetadas pela Apas para cair -8,5% no estado, acabaram fechando em queda de -3,7%. Essa melhora na previsão aconteceu por causa do aumento do movimento presencial nas lojas, durante a Semana Santa.
Na região de Ribeirão Preto a projeção de queda nas vendas da Páscoa nos supermercados era de 10%, porém acabou sendo registrada a queda de apenas 2,7%. A projeção é baseada em itens com vendas típicas para esta época do ano, e inclui bombons, ovos, barras e tabletes de chocolate, refrigerantes, cerveja, vinho e peixes. O principal motivo é o contexto econômico atual, onde famílias voltaram seus gastos para produtos básicos, higiene e limpeza.
A Apas tem acompanhado de perto o aumento de preços de produtos. Nos casos considerados elevados, o próprio Procon-SP já notificou 16 empresas para averiguar se houve prática de preços abusivos, considerando aumentos de até 75,5% para produtos da cesta básica. A associação informa que tem mantido entendimentos com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento e com o órgão de defesa do consumidor para garantir a manutenção de preços adequados dos produtos
Há de se destacar que também ocorre redução nos preços dos produtos, que acontecem por uma maior oferta do item, bem como a competição da indústria. Já os supermercados competem muito entre si, fazendo promoções para ganharem a preferência do consumidor. Além disso, a Apas continua recomendando a seus supermercados associados que não alterem sua margem de lucro neste momento de pandemia e que apenas repassem o aumento da indústria.
A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem aproximadamente 1.500 associados, que somam cerca de quatro mil lojas. A Regional Ribeirão Preto foi responsável por 5,9% do faturamento estadual em 2018, o equivalente a aproximadamente R$ 6,2 bilhões. A geração de empregos também é bastante representativa: em torno de 31 mil pessoas trabalham em supermercados nesta região.
Apenas na cidade de Ribeirão Preto, o setor de supermercados faturou no ano passado R$ 1,8 bilhão, o que equivale a 29% da região e 1,7% do faturamento de todo o Estado de São Paulo. A Apas possui dez regionais em todo o Estado e mais cinco escritórios distritais na capital paulista. A regional ribeirão-pretana é composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Rodrigo Canesin, do Supermercado Canesin, é o atual diretor regional da entidade.
Encalhou
As indústrias de chocolate, representadas pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) decidiram prorrogar o tempo de permanência dos produtos de Páscoa nos pontos de venda até o dia 30 de abril porque as vendas ficaram abaixo da expectativa .