As vendas do comércio varejista de Ribeirão Preto cresceram apenas 0,5% em agosto em comparação como mesmo período do ano passado – quando avançou 2,6% –, após alta de 1,5% em julho que quebrou série de três quedas consecutivas. O Dia dos Pais impediu que o setor fechasse o mês passado no vermelho. O levantamento é do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV).
Depois de registrar crescimento médio de 0,72% no acumulado do ano passado, em comparação com 2022, os negócios dispararam 7,3% em janeiro, desaceleraram a 3,1% em fevereiro, encerraram março com alta tímida de 1,5% e emplacaram a primeira queda do ano em abril, de 2%. Depois recuaram 3,5% em maio e fecharam junho no vermelho, com déficit de 1%.
O CPV é mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). “Tivemos um pico de vendas até o Dia dos Pais, em 11 de agosto, e depois uma forte acomodação no restante do mês. Mas foi o suficiente para garantir uma leve alta do indicador com viés de estabilidade”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.
“Para se ter uma ideia, em 2023, a variação das vendas de agosto, em Ribeirão Preto, ficou positiva em 2,6% na comparação com 2022. No primeiro semestre de 2024, as vendas no Varejo local já ficaram abaixo do primeiro semestre de 2023. Essa tendência se repetiu em julho e agosto, e precisa melhorar até o fim de dezembro para que o Setor Lojista não termine o ano no vermelho”, também afirma o pesquisador.
Ainda segundo Galli, “Os altos índices de inadimplência e de endividamento das famílias brasileiras, e a interrupção da sequência de quedas da taxa de juros para conter a pressão inflacionária, continuam enfraquecendo o poder de compra do consumidor. No caso específico de Ribeirão Preto, ainda são percebidos os impactos das obras de mobilidade nas vendas de importantes eixos comerciais da cidade”.
Empregabilidade – A média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas, no Varejo de Ribeirão Preto, em agosto, foi de -0,6% apontando para a estabilidade. “Esse é um período do ano em que a empregabilidade é menor no Comércio. A tendência é de que o Varejo comece a contratar mais a partir de outubro, já pensando no período de fim de ano abrangendo Dia das Crianças, Black Friday e Natal”, diz Galli.
Índice de confiança – Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança Sincovarp/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou, em agosto, média de 3,6 pontos (ante 3,2 pontos da pesquisa anterior), classificado como positivo.
O índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), também registrou média de 3,6 pontos (ante 3,2 pontos da pesquisa anterior), igualmente classificado como positivo. “O nível de confiança de agosto reflete a expectativa dos lojistas para um segundo semestre positivo, ainda que abaixo do esperado”, diz Galli.
“No curto prazo, consolida a aposta dos empreendedores nas últimas datas sazonais do calendário varejista, em especial no Natal, para fechar o ano ‘no azul’. No longo prazo, fica clara a expectativa de dias melhores, em 2025, considerando que será um ano sem disputa eleitoral, com o fim das obras de mobilidade e mais dentro de uma normalidade”, finaliza Diego Galli Alberto.