Tribuna Ribeirão
Economia

Vendas do varejo sobem 5% no ano

ALFREDO RISK/ARQUIVO

As vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram 5,01% no acumulado do ano passa­do, na comparação com 2021, quando a alta foi de apenas 0,14% em relação ao período anterior, aponta pesquisa reali­zada pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV).

O CPV é mantido pelo Sin­dicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). Considerando ape­nas os índices apurados com re­lação ao mês anterior, e não com o mesmo período do ano passa­do, a média de crescimento das vendas dos últimos dozes meses salta para 22,58%.

Em 2021, a alta foi de 6,29% na comparação com 2020. O resultado do ano passado é con­siderado bastante expressivo. No ano passado, na comparação mês a mês com 2021, o comér­cio ribeirão-pretano registrou alta nas vendas em dez dos doze meses, segundo o CPV.

As únicas quedas ocorreram em janeiro e julho, de 0,55% e 0,63% – percentual revisado, pois a informação anterior era de 2,5% de crescimento –, res­pectivamente. Subiu 1,56% em dezembro, 8,75% em novem­bro, 5,31% em outubro, 7,19% em setembro, 3,75% em agosto, 1,14% em junho, 16% em maio, 0,6% em abril, 14,5% em março e 2,5% em fevereiro.

Os segmentos que mais se destacaram foram os de Vestuá­rio, Calçados, Óticas/Joalherias/ Similares e Artigos para festas e Doces. Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coorde­nador do CPV, “as duas metodo­logias de apuração confirmam que, em 2022, o comércio vare­jista de Ribeirão Preto teve uma forte continuidade do processo de recuperação que vinha desde o segundo semestre de 2021”.

De acordo com o pesquisa­dor e coordenador do CPV, os resultados foram melhorando –, e as vendas evoluindo – con­forme “as medidas mais restri­tivas impostas pela pandemia de coronavírus foram sendo suspensas e conforme a vaci­nação avançou”, analisa.

Empregos
No acumulado de 2022, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no comércio da cidade, ficou positiva em 3,38%, puxada pelo período de contratação de tem­porários no final do ano, entre outubro e dezembro.

Considerando o acumulado dos últimos doze meses, numa escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pes­simista” e 5 “muito otimista”, a média do Índice de Confiança do Varejo Sincovarp/CDL, de curto prazo (para os próximos três meses), fechou 2022 com 3,4 pontos, considerada positiva.

Já a média de longo prazo (para os próximos doze meses), sempre com base nos mesmos critérios, fechou o ano em 3,6 pontos, também avaliada como positiva. “A oscilação do nível de confiança dos lojistas acompa­nhou o ‘sobe e desce’ do cenário político-econômico ao longo do ano, com uma queda acentuada em outubro, novembro e de­zembro”, diz Galli Alberto.

“Muito por conta das elei­ções. Antes mesmo de tomar posse o novo governo sinali­zou para aumentos de impos­tos, rompimento do teto de gastos, pouca responsabilidade fiscal e inchaço da ‘máquina do governo’ com a criação de vá­rios ministérios, entre outros indicativos que repercutiram negativamente na economia”, afirma o pesquisador.

Ainda segundo Diego Galli Alberto, para 2023 o cenário ainda é incerto. “A tensão políti­ca continua crescendo e o medo é de que a ‘corda arrebente’ de vez, gerando consequências de­sastrosas para a economia já no curto prazo. Apesar da se­vera crise provocada pela pan­demia, o Brasil conseguiu se manter estável, na contramão de vários países mais ricos e desenvolvidos”, diz.

“Vínhamos em um ritmo bom de recuperação e isso pre­cisa continuar. Não há espaço para retrocessos econômicos, ainda mais por causa de riva­lidades político-partidárias e ideológicas. A população, as empresas e as instituições que produzem e geram empregos, não podem pagar essa conta. Até o cenário ficar mais claro, a tendência é haver uma desace­leração econômica que é ruim para todo mundo”, finaliza.

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