Tribuna Ribeirão
Economia

Vendas do varejo caem após sete altas

Rovena Rosa/Agência Brasil

As vendas nas lojas ribei­rão-pretanas registraram queda de 0,55% em janeiro na com­paração com o mesmo mês do ano passado, interrompendo uma sequência de sete altas consecutivas, aponta levanta­mento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV) mantido pelo Sindicato do Comércio Varejis­ta de Ribeirão e Região (Sinco­varp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lo­jistas (CDL RP).

Segundo Diego Gali Alber­to, pesquisador e coordenador do CPV, com leve variação ne­gativa o resultado mostra que o varejo de Ribeirão Preto vive um momento de certa estabi­lidade. “É um aspecto positivo levando em conta que o início de ano sempre costuma ser fra­co em termos de vendas. É si­nal de que o Comércio começa 2022 mais fortalecido”, analisa.

Quando a comparação é fei­ta apenas com o mês anterior, no caso dezembro de 2021, a queda nas vendas é de -8,61%, uma vez que o desempenho do varejo no último mês do ano passado foi bastante positivo, com alta de 11,43%. A pesquisa também aponta que os lojistas ribeirão-pretanos esperam ven­der, em média, 8,88% a mais em fevereiro deste ano do que no mesmo mês em 2021.

O CPV constatou crescimen­to de 1,7% no acumulado do ano passado, em comparação com 2020 – quando havia avançado 1,2% em relação a 2019.

Na apuração das vendas mês a mês – quando o desem­penho é comparado com o do mês anterior –, demonstrando assim o ritmo de recuperação do varejo em 2021, o cresci­mento acumulado foi de 6,29%.

Os segmentos que mais con­tribuíram foram os de “combus­tíveis e derivados”, “materiais de construção”, “móveis, eletrodo­mésticos e decoração” e “tecno­logia, informática e comunica­ção”. Em dezembro, em ritmo de recuperação, as vendas nas lojas ribeirão-pretanas cresceram pelo sétimo mês consecutivo.

Segundo a pesquisa, por cau­sa do Natal, a data mais impor­tante para o varejo, a alta chegou a 11,43% na comparação com o mesmo período de 2020. Tam­bém ficou bem acima do índice de novembro, mês da Black Fri­day, quando o avanço ficou em 3,3% na comparação com o mes­mo período do ano passado.

Trajetória positiva
Prejudicado pela segunda onda de coronavírus, causador da covid-19, o primeiro semes­tre do ano passado foi muito negativo para as vendas do Va­rejo ribeirão-pretano. O pior resultado foi o de março, com queda de -22,19%. No entanto, com o avanço da vacinação e o fim das severas restrições im­postas ao Comércio, o segundo semestre “virou o jogo” e foi muito positivo.

O melhor resultado foi o de outubro com alta de 15,40%. “As variações foram positivas de ju­nho à dezembro, por sete meses consecutivos, com destaque para o último trimestre de 2021”, ex­plica Diego Gali Alberto, pesqui­sador e coordenador do CPV.

Empregabilidade
A pesquisa do CPV apurou, ainda, que em janeiro houve uma redução média de -3,88% no volume de postos de traba­lho no Varejo local. O resultado pode ser explicado, em grande parte, pela demissão dos traba­lhadores temporários. A proje­ção de novas contratações para o mês de fevereiro, segundo os lojistas que participaram do le­vantamento, também deve ser negativa em torno de -0,6%, próxima de uma estabilidade.

Índice de Confiança
Sobre a expectativa dos lojis­tas para os próximos três meses de 2022 (curto prazo), numa es­cala de 1 a 5, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança Sincovarp/CDL ficou em 2,88, considerado intermediário.

“Em dezembro de 2021 os co­merciantes estavam mais otimis­tas no curto prazo, porém, com o avanço da variante Ômicron, as notícias de que o sistema de saú­de voltou a ficar sobrecarregado e o medo de que o poder públi­co possa voltar com restrições, a confiança do Varejo diminuiu em janeiro”, diz Gali Alberto. Para os próximos doze meses (longo prazo), com base na mesma es­cala, o Índice de Confiança ficou em 3,38, considerado positivo.

“A projeção de longo prazo é melhor porque os lojistas apos­tam em um rápido enfraqueci­mento da variante Ômicron, por conta do avanço da vacinação contra a covid-19. Por outro lado, ainda há temor quanto às incer­tezas no cenário político-econô­mico. Com eleições acirradas e ainda sofrendo com os impactos gerados pela pandemia, esse ano promete!”, finaliza o pesquisador.

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