As vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram 1,5% em setembro na comparação com agosto, quando a alta foi de 2,6% em relação a julho, quando a alta foi de 2% em relação a junho, aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP).
É oitava alta consecutiva, neste ano. A única queda ocorreu em janeiro (-6,88%). As vendas cresceram 5,8% em fevereiro, voltaram a registrar alta de 5% em março, repetiu o desempenho em abril, avançou 6,2% em maio e 3,21% em junho. Em setembro do ano passado, o avanço chegou a 7,19% na comparação com o mesmo período de 2021, ainda na pandemia de coronavírtus
“Mesmo com as promoções alusivas ao Dia do Cliente (15), as vendas não sustentaram um resultado expressivo ao longo de setembro que já não tem uma data sazonal consolidada no calendário varejista. Além disso, o nível de endividamento das famílias brasileiras e a inadimplência, continuam altos. Se os consumidores já vinham cautelosos, em setembro foram ainda mais já pensando nos presentes de Dia das Crianças e Natal”, afirma Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.
Empregabilidade – Em setembro, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no Comércio Varejista de Ribeirão Preto, teve variação positiva de 2,5% confirmando a tendência de alta por conta das contratações de colaboradores temporários para os últimos meses do ano. Em agosto, o indicador já tinha registrado crescimento de 2%.
“Passou rápido. Já estamos há um mês da Black Friday e há dois meses do Natal. Além de contratar, os lojistas também precisam treinar os colaboradores temporários e isso leva um certo tempo. A estruturação das equipes parece estar acompanhando a expectativa de vendas um pouco mais promissoras nesse fim de ano”, diz o pesquisador.
Índice de Confiança – Sobre a expectativa dos negócios para os próximos três meses (no curto prazo), considerando uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice Sincovarp/CDL de Confiança do Varejo ficou em 2,7 pontos, em setembro (ante 3,3 pontos, em agosto, e 3,5 pontos, em julho), classificado como regular.
Considerando a mesma escala, o Índice Sincovarp/CDL de Confiança do Varejo para os próximos doze meses (de longo prazo) ficou em 3,1 pontos (ante 3,6 pontos, em agosto, e 3,5 pontos, em julho), considerado levemente positivo.
Segundo Galli
, essa queda significativa do otimismo dos lojistas, que já leva em conta a insegurança dos empreendedores quanto ao cenário econômico (ainda instável), também se deve aos impactos negativos das obras de mobilidade, revitalização da avenida Nove de Julho e implantação de galerias pluviais, no quadrilátero central e no chamado “centro expandido” (que inclui Vila Seixas, Boulevard e Jardim América), junto ao comércio varejista.
Outro corredor comercial que teve queda expressiva de vendas é o da avenida Dom Pedro I, no Ipiranga, devido às restrições de estacionamento na via. “São centenas de empreendedores prejudicados que, olhando para o histórico de problemas recentes e para os fatos atuais, não encontram motivos para acreditar que as obras vão acabar dentro do cronograma previsto e temem por um prolongamento dos prejuízos”, afirma.