Apesar da Black Friday, as vendas do comércio de Ribeirão Preto caíram 2,5% em novembro na comparação com o mesmo período de do ano passado. Quando comparado a outubro, a retração é 0,6%, com viés de estabilidade, aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP).
A queda quebrou uma sequência de nove altas consecutiva, neste ano. A única queda havia sido em janeiro (-6,88%). As vendas cresceram 5,8% em fevereiro, voltaram a registrar alta de 5% em março, repetiu o desempenho em abril, avançou 6,2% em maio e 3,21% em junho. Subiu 2% em julho, 2,6% em agosto, 1,5% em setembro e 6,5% em outubro.
Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, em novembro de 2022, a Black Friday chegou a impulsionar as vendas em 8,75% na comparação com 2021, que foi muito afetado pela pandemia de coronavírus. “Agora, em 2023, uma somatória de fatores puxou para baixo as vendas de novembro”, diz
Ele cita “reflexos da crise que o varejo, como um todo, está enfrentando; os altos níveis de endividamento e de inadimplência dos brasileiros; e, especificamente em Ribeirão Preto, os impactos negativos das obras de mobilidade no comércio, em especial no centro, na região da Av. Nove de Julho/Boulevard e na Av. Dom Pedro I, no Ipiranga.”, analisa.
Ainda de acordo com Galli, “Se os impactos negativos das obras de mobilidade se prolongarem demais, o varejo de Ribeirão Preto já deve começar 2024 em crise, lembrando que os primeiros meses do ano são tradicionalmente os mais fracos em vendas”, emenda.
“O pior é que isso acontece justamente em uma fase na qual o Varejo precisa muito se recuperar. Também há milhares de empregos em jogo. Foi gerada uma situação extremamente desfavorável para esse setor que é um dos pilares da economia local/regional”, explica.
Com a queda nas vendas, o Índice Sincovarp/CDL de Confiança do Varejo também diminuiu. Considerando o futuro dos negócios nos próximos três meses (no curto prazo) em uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o índice de confiança do lojistas ficou em 2,6 pontos (ante 3,4 pontos em outubro), classificado como regular.
Com base na mesma escala, o índice de confiança para o longo prazo (considerando os próximos doze meses) também caiu. Ficou em 2,9 pontos, em novembro (ante 3,7 pontos em outubro), também classificado como regular. “Olhando especificamente para os dias que restam em 2023, o fraco resultado da Black Friday faz com que os lojistas depositem suas últimas fichas nas vendas de Natal”, diz o pesquisador.
Natal – O Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) projetam crescimento médio entre 7% e 10% nas vendas de Natal deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022, quando a alta apurada foi de apenas 1,56% (mesmo assim, foi acima da média nacional) em relação a 2021.
É o que aponta o primeiro levantamento, alusivo à principal data do calendário do comércio, realizado pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido pelas duas entidades, e que voltará a medir a temperatura das vendas na semana que antecede o Natal. Neste ano, o tíquete médio do presente deve variar entre R$ 200 e R$ 250, dependendo do produto.