Tribuna Ribeirão
Economia

Vendas de Páscoa no varejo devem recuar

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

A expectativa da Confe­deração Nacional do Comér­cio de Bens, Serviços e Turis­mo (CNC) para a Páscoa de 2021 é de queda nas vendas de 2,2%, em comparação à mesma data do ano passado, que foi considerada muito ruim, com retração de 28,7%. A data deve movimentar no varejo do país R$ 1,62 bilhão.

“Se confirmada essa expec­tativa, vai ser o menor fatura­mento em 13 anos. Desde 2008 que o faturamento do varejo com a Páscoa não é tão peque­no como esse que a gente está esperando”, diz o economista senior da CNC, Fabio Bentes.

As estatísticas mostram que o movimento de vendas da Páscoa é crescente ano a ano até 2019, com pequenas osci­lações, e despenca em 2020. O faturamento caiu de R$ 2,33 bilhões, em 2019, para R$ 1,66 bilhão, no ano seguinte. A va­riação do dólar, que subiu 23% entre a Páscoa de 2020 e a des­te ano, explica a expectativa negativa para o período, que é considerado a sexta data co­memorativa mais importante para o comércio varejista bra­sileiro, depois do Natal, Dia das Mães, Dia dos País, Dia das Crianças e Black Friday.

“O dólar ficou 23% mais caro”. E como a Páscoa envolve produtos importados ou insu­mos importados, significa que ou o varejo importava esses produtos e aumentava o preço, ou não importava, argumenta Fabio Bentes. “E a opção que o varejo fez foi reduzir as impor­tações este ano, porque o con­sumidor brasileiro não aguen­ta um aumento expressivo de preços, ainda mais para itens não essenciais como esses”.

Com isso, a importação de chocolates, por exemplo, somou três mil toneladas em 2021, a menor quantidade des­de 2013. O mesmo aconteceu com o bacalhau, cuja importa­ção totalizou 2,2 mil toneladas, menor patamar desde 2009, segundo a CNC. O economis­ta comenta que “o varejo não apostou na Páscoa deste ano porque percebia que a situação da economia e as conjunções de consumo não iam bem”, diz.

“Isso explica a opção por não importar, em vez de promover reajuste de preços muito acima da média”. A previsão da CNC para o car­ro-chefe da Páscoa, que são os chocolates, é de alta no preço de 7%, de modo geral. Bentes destaca que a queda de 2,2%, prevista para a Pás­coa de 2021, não pode ser analisada isoladamente.

Ela tem que ser contex­tualizada, levando em consi­deração o estrago provocado pela crise do ano passado nessa data comemorativa, em decorrência da pandemia de covid-19. “Então, uma que­da de 2,2% em cima de uma queda de 28%, a gente está fa­lando de retração de 30% em relação ao que o varejo ven­dia em 2019”, observa.

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