Pesquisa realizada pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) em janeiro mostra que dois de cada três empresários entrevistados (64,3%) tiveram queda nas vendas de fim de ano em 2020, em comparação a 2019.
O levantamento ouviu 129 empresas de diferentes portes, classificadas em de pequeno porte, empresário individual (microempreendedor individual, MEI), médio porte e grandes empresas, com predominância dos setores de serviços (46,5%) e comércio (40,9%).
“Nem mesmo o auxílio emergencial, a injeção do décimo terceiro salário e a recuperação dos empregos formais foram capazes de minimizar a queda”, avalia o assessor de Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial, Renan Rocha.
Segundo estimativa da própria Acirp, o décimo terceiro injetou cerca de R$ 728 milhões na economia, sendo que aproximadamente R$ 200 milhões seriam usados apenas para pagar dívidas, e não em compras ou serviços. O valor médio de cada dívida na cidade é estimado em cerca de R$ 5 mil.
Dentre os 35,7% dos que relataram aumento das vendas, o comércio foi o setor com melhor desempenho: 56% dos comerciantes entrevistados disseram ter vendido mais que no final de 2019. A maioria dos entrevistados (70,5%) não fez contratações temporárias, comuns em épocas de festas de fim de ano.
Dos 29,5% dos entrevistados em janeiro pela Associação Comercial e Industrial que informaram ter utilizado mão de obra extra, destacam-se os setores de comércio e serviços, cujas contratações superaram os números de 2019.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o comércio fechou o ano com saldo negativo de 588 postos de trabalho, fruto de 23.765 admissões e 24.353 demissões. Em dezembro, o superávit chegou a 563 novas vagas, resultado de 2.067 contratações e 2.044 rescisões.
Também segundo o Caged, elaborado pela Secretaria do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia, o setor de serviços registrou 49.068 admissões e 49.846 demissões, déficit de 778 empregos formais. Em dezembro, foram 4.108 contratações e 3.861 rescisões, superávit de 247 empregos formais.
Expectativas para 2021
A pesquisa também sondou as expectativas dos empresários em relação à economia, visto que as restrições das atividades ainda permanecem. O índice de otimistas (41,9%) supera o de neutros (34,9%) e pessimistas (23,2%).
Foi perguntado ainda, o grau de confiança dos empresários no plano de vacinação como forma de retomada econômica e controle da pandemia. A maioria dos entrevistados (53,5%) acredita que a medida será suficiente para a contenção da doença. Para outros 36,4%, o plano de vacinação talvez colabore e 10,1% acreditam que a ação não será efetiva para o controle da pandemia.
“As expectativas dos entrevistados para 2021 são superiores ao resultado desagradável de 2020, com depósito de confiança e esperança na vacinação em massa, que poderá resultar no esperado controle da pandemia para que, assim, a economia retome à normalidade”, conclui Rocha.