Tribuna Ribeirão
Economia

Vendas caem para 64,3% das empresas

RAFAEL CAUTELLA

Pesquisa realizada pela Associação Comercial e In­dustrial de Ribeirão Preto (Acirp) em janeiro mostra que dois de cada três empre­sários entrevistados (64,3%) tiveram queda nas vendas de fim de ano em 2020, em com­paração a 2019.

O levantamento ouviu 129 empresas de diferentes portes, classificadas em de pequeno porte, empresário individual (microempreen­dedor individual, MEI), mé­dio porte e grandes empre­sas, com predominância dos setores de serviços (46,5%) e comércio (40,9%).

“Nem mesmo o auxílio emergencial, a injeção do dé­cimo terceiro salário e a recu­peração dos empregos formais foram capazes de minimizar a queda”, avalia o assessor de Re­lações Institucionais da Asso­ciação Comercial e Industrial, Renan Rocha.

Segundo estimativa da própria Acirp, o décimo ter­ceiro injetou cerca de R$ 728 milhões na economia, sendo que aproximadamente R$ 200 milhões seriam usados apenas para pagar dívidas, e não em compras ou serviços. O valor médio de cada dívida na cida­de é estimado em cerca de R$ 5 mil.

Dentre os 35,7% dos que relataram aumento das ven­das, o comércio foi o setor com melhor desempenho: 56% dos comerciantes entrevistados disseram ter vendido mais que no final de 2019. A maioria dos entrevistados (70,5%) não fez contratações temporárias, co­muns em épocas de festas de fim de ano.

Dos 29,5% dos entrevista­dos em janeiro pela Associa­ção Comercial e Industrial que informaram ter utilizado mão de obra extra, destacam-se os setores de comércio e serviços, cujas contratações superaram os números de 2019.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempre­gados (Caged), o comércio fe­chou o ano com saldo negativo de 588 postos de trabalho, fruto de 23.765 admissões e 24.353 demissões. Em dezembro, o superávit chegou a 563 novas vagas, resultado de 2.067 con­tratações e 2.044 rescisões.

Também segundo o Caged, elaborado pela Secretaria do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia, o setor de servi­ços registrou 49.068 admissões e 49.846 demissões, déficit de 778 empregos formais. Em de­zembro, foram 4.108 contrata­ções e 3.861 rescisões, superávit de 247 empregos formais.

Expectativas para 2021
A pesquisa também son­dou as expectativas dos empresários em relação à economia, visto que as res­trições das atividades ainda permanecem. O índice de otimistas (41,9%) supera o de neutros (34,9%) e pessimistas (23,2%).

Foi perguntado ainda, o grau de confiança dos empre­sários no plano de vacinação como forma de retomada econômica e controle da pan­demia. A maioria dos en­trevistados (53,5%) acredita que a medida será suficiente para a contenção da doença. Para outros 36,4%, o plano de vacinação talvez colabore e 10,1% acreditam que a ação não será efetiva para o con­trole da pandemia.

“As expectativas dos en­trevistados para 2021 são superiores ao resultado de­sagradável de 2020, com depósito de confiança e es­perança na vacinação em massa, que poderá resultar no esperado controle da pandemia para que, assim, a economia retome à normali­dade”, conclui Rocha.

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