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Vendas caem 60% na Nove de Julho durante obras

Vendas recuaram 60% desde junho de 2023, movimento de clientes caiu 59% e a média de redução nos quadros de funcionários das empresas é de 25% na avenida Nove de Julho 

Levantamento do CPV que, desde o início das obra de mobilidade, em 20 de junho de 2023, as vendas no comércio local tiveram queda média de 60% (Alfredo Risk)

Um levantamento realizado pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV) para apurar o impacto das obras de revitalização, restauro e implantação de corredor de ônibus na avenida Nove de Julho constatou que desde o início das intervenções do Programa Ribeirão Mobilidade, em 20 de junho de 2023, as vendas no comércio local tiveram queda média de 60%.  
 
Sobre o movimento de clientes, a redução média foi de 59%, segundo empreendedores que atuam em diversos segmentos. Todo os empresários entrevistados (100%) disseram que foram diretamente impactados pelas obras. Trata-se de um dos mais importantes corredores de varejo e serviços da cidade, localizado na divisa da região Central com a Zona Sul de Ribeirão Preto, chamado de “Centro expandido”. 
 
O CPV é mantido por mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDl RP). Entre as empresas pesquisadas, 57% são micro, 28% são microempreendedores individuais (MEI) e 15% são de pequeno porte (EPP). 
 
Emprego O levantamento também apurou que, desde o início das obras, houve uma redução média de 25% nos quadros de funcionários dos estabelecimentos da Nove de Julho. Também foi perguntado o que os(as) empreendedores(as) esperam do futuro da avenida em médio e longo prazos, dentro de uma escala de 1 a 5, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”. 
 
Na perspectiva de médio prazo, considerando até o final do segundo semestre de 2024, o nível de confiança ficou em 2,1 pontos, classificado como pessimista. Na perspectiva de longo prazo, considerando os próximos 12 meses até o final do primeiro semestre de 2025, o nível de confiança ficou em 2,8 pontos, próximo de regular. 
 
Livre manifestaçãoA pesquisa também deixou um campo de preenchimento para que os empreendedores apontassem livremente os fatores que teriam influência no nível de otimismo/pessimismo manifestado e para que fizessem seus apontamentos.  
 
As principais são temor de não ter “fôlego” financeiro suficiente para manter a loja aberta até que as obras terminem e as vendas se recuperem. Temem ainda que, mesmo se a Nove de Julho ficar bonita, haja fuga de clientes perdidos ao longo das obras. 
 
Outro tópico citado trata da preocupação quanto à futura proibição do estacionamento na avenida, medida que ampliaria a queda do fluxo de consumidores. A importância da Área Azul na região para garantir a rotatividade das vagas e o acesso de mais clientes aos estabelecimentos foi citada. Também há preocupação com segurança devido às invasões, furtos e vandalismo. 
 
Os impactos das obras nas próximas datas sazonais do calendário varejista, em 2024, especialmente no período das vendas de Natal, também foram citados. Os comerciantes vivem a forte expectativa de que a decisão de ter corredor de ônibus na avenida seja revertida a partir de janeiro de 2025, com a busca de soluções alternativas para o trajeto dos ônibus 
 
Os lojistas sugerem que, em vez de corredor de ônibus, a Nove de Julho seja tratada como um amplo boulevard de comércio, serviços, bares, cafés e restaurantes, tornando-se um espaço aberto à cultura, lazer, entretenimento, em especial aos finais de semana e feriados, considerando o movimento de aquisição da Sociedade Recreativa e de Esportes (Recra Cidade) por parte do SescSP. 
 
Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, “os impactos negativos até aqui já ocorreram e não é possível mudar o que passou. Mas é possível olhar para frente e tentar minimizar, ao máximo, os futuros impactos. A pesquisa capturou grande indignação, por parte dos empreendedores, quanto aos prejuízos que sofreram, e ainda sofrem, e em relação a como as obras foram conduzidas”, explica.  
 
O pesquisador destaca que, mesmo indignados, “os lojistas ainda demonstram esperança de que os interesses de todas as partes envolvidas nessa questão de grande importância para o comércio varejista possam ser conciliados e equilibrados, em nome de uma recuperação da Nove de Julho e dos demais eixos comerciais impactados pelos corredores de ônibus, em outras regiões da cidade. Por isso, quem ainda permanece na avenida, mesmo que esvaziada, está lutando para não sair de lá e para não fechar as portas”, finaliza. 
 
Por meio de nota, a prefeitura de Ribeirão Preto diz que “as obras do Programa Ribeirão Mobilidade são para levar Ribeirão Preto ao futuro. O Plano Municipal de Mobilidade, que inclui diversas obras, entre elas, os corredores de ônibus, é essencial para o desenvolvimento urbano do município, já que permiti que a cidade atenda às necessidades dos moradores de forma eficiente e sustentável. 
 
A Secretaria Municipal de Obras Públicas informa que “as obras na avenida Nove de Julho estão dentro do atual cronograma e devem ser entregues no próximo ano. Um dos trechos, entre as ruas São José e Garibaldi, já foi concluído e aberto para o trânsito”, diz em comunicado. 
 

 

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