Tribuna Ribeirão
Economia

Veículos terão bônus de até R$ 8 mil

JOEDSON ALVES/AG.BR.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o minis­tro do Desenvolvimento, In­dústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirma­ram nesta segunda-feira, 5 de junho, o programa que irá re­sultar num bônus de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço de carros de até R$ 120 mil – desconto mínimo de 1,6% e máximo de 11,6% no valor.

O desconto será aplica­do com base nos critérios já divulgados: veículos mais baratos, menos poluentes e considerando a densidade in­dustrial. O pacote também vai beneficiar a compra de novos caminhões, ônibus e vans, com créditos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. As me­didas são provisórias.

As empresas que conce­derem o desconto contarão com crédito tributário junto à União. O custo total para o go­verno é de R$ 1,5 bilhão. Desse total, R$ 500 milhões servi­rão para a parcela voltada aos carros, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus e vans. De acordo com Haddad, o programa se encerra quando for alcançado o crédito de R$ 1,5 bilhão, que será pago pelo governo a partir da reoneração do diesel.

De acordo com Alckmin, para conseguir o desconto, do­nos de caminhões, vans e ôni­bus terão de comprovar que estão tirando de circulação ve­ículos com mais de 20 anos de uso. “Esperamos que daqui a poucos meses os juros caiam e o crédito fique mais acessível”, disse o vice-presidente.

O ministro da Fazenda declarou que o programa au­tomotivo vai estimular a com­petição entre as montadoras por mais descontos. Ele ainda avaliou que o segmento vol­tado a caminhões, ônibus e vans irá aumentar a demanda por esses veículos e retirar das ruas automotores velhos. “Vai criando um círculo virtuoso”, disse Haddad.

Para bancar os créditos tri­butários que serão concedidos à indústria, o governo deci­diu reonerar parcialmente o diesel, em R$ 0,11 por litro, a partir de setembro. Antes, o combustível teria isenção de R$ 0,35 por litro até o fim do ano. Com a novidade, o governo irá arrecadar R$ 1,5 bilhão, integralmente direcio­nados ao programa.

“Isso vai colaborar para tirar a pressão inflacionária de 2024, o que é bom para o horizonte de tempo de pla­nejamento mais longo”, dis­se o ministro da Fazenda. A reoneração parcial do diesel para esse ano irá fechar o preço do pacote para o go­verno em R$ 1,5 bilhão, sem espaço para o recolhimento do tributo auxiliar nas con­tas da União em 2023.

Geraldo Alckmin destacou que o preço de caminhões e ônibus encareceu após a exi­gência pelo motor Euro6 pas­sar a valer. “Esse novo é muito melhor do ponto de vista am­biental, mas ele encareceu o caminhão e ônibus de 15% a 30%, parou a venda”, disse.

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