Por: Adalberto Luque
Luciane Tapigliani Cogine teve uma surpresa nada agradável após pagar as taxas de seu veículo, um Chevrolet Zafira ano 2012 que havia sido apreendido e estava recolhido no pátio da Transerp, na Rua Patrocínio, 2950, Jardim Paulistano, zona Leste de Ribeirão Preto.
O veículo havia sido apreendido em 2020, após ser parado durante fiscalização por estar com a documentação atrasada, sem o pagamento do IPVA. Ele foi recolhido para o pátio da Transerp, onde ficou durante os quatro anos.
Segundo Luciane, veio o período da pandemia e depois ela precisou juntar dinheiro para poder retirar seu veículo. No total, gastou cerca de 16 mil, com os impostos atrasados. Só da Transerp teve que pagar R$ 5.230, entre diárias de hospedagem do carro e o guincho que o levou até o pátio.
Ela só conseguiu ver o veículo depois de pagar as taxas. E a decepção foi grande. O carro estava em um canto do pátio, rodeado por outros carros, todos muito avariados. Sua Zafira estava sem o para-choque dianteiro, que foi jogado no porta-malas. O painel estava quebrado e teve diversas peças furtadas. A dona do veículo ficou decepcionada.
“Quando cheguei lá no pátio, tinha vários carros na frente. Ele [o funcionário] falou que o guincho que eu contrataria iria tirar os carros. Eu disse que não, que ele iria cobrar por carro. Ele garantiu que ele iria tirar os carros, jogando de lado até chegar no meu. Quando o guincho chegou, ele disse que iria ter que cobrar por carro [retirado]. Aleguei que isso seria responsabilidade da Transerp. Então ele [motorista do guincho] ligou para alguém e disseram que a Transerp não pagaria. No dia seguinte, quando cheguei, meu carro estava na frente [do pátio], como imaginei que fosse estar. Não lá no meio de um quebra-cabeças e eu sendo responsável. Como vou pegar no carro de alguém, jogar pro lado? Vira responsabilidade minha”.
De acordo com Luciane, a chave do veículo não foi encontrada. Um chaveiro, que foi até o local, disse que faltavam peças para poder dar partida e até mesmo para fazer a cópia da chave. Ninguém no pátio soube informar onde estaria a chave e as peças, ou identificar quem poderia ter efetuado o furto no veículo.
O carro de Luciane saiu de guincho direto para uma oficina mecânica. “Eles [Transerp] tentaram um acordo comigo. Eu ainda não apresentei um orçamento. Apesar que eles disseram que, assim que eu apresentar, eu mesma estipulo um prazo, mas vai ter que passar por um mecânico deles pra ver se autoriza. Não é assim traz que a gente paga. Os próprios funcionários do pátio fizeram uma carinha do tipo não vão pagar. Acredito que talvez uma coisinha ou outra eles paguem. Estou com processo pronto para dar entrada no advogado. Estou documentada. Acho legal denunciar para que outras pessoas não passem por isso. É ridículo você chegar e não conseguir sair com seu carro andando. Paguei todas as diárias sem que eles cuidassem de nada, nem para eu sair com meu carro andando de lá”, lamenta.
O carro foi levado para uma oficina que ainda não apresentou o orçamento, diante da variedade e complexidade de peças danificadas ou furtadas. Isso ainda deve levar mais alguns dias, segundo Luciane.
A Transerp encaminhou uma nota a respeito do ocorrido em seu pátio. “A Transerp repudia veementemente esse possível tipo de prática de danificação no veículo relatada pela reportagem. Ainda, informa que a denúncia em questão está sob rigorosa apuração. Por fim, a empresa reforça sua preocupação com a segurança dos bens sob sua guarda nos pátios de apreensão.”