Tribuna Ribeirão
Saúde

Varizes pélvicas, que atingem população feminina, podem ser tratadas

© Breno Esaki/Agência Saúde DF

“A mulher tem dores incapacitantes na pelve, [especialmente] no final do dia, com piora no período menstrual. Ela também tem dor no final da relação [sexual]”, é assim que o cirurgião vascular Walter Campos Júnior descreve os sintomas clínicos de pessoas com varizes pélvicas. 

A doença é caracterizada pela dilatação das veias na região próxima ao ovário e ao útero. O médico destaca que a dor pélvica crônica atinge três a cada dez mulheres. A doença decorre de uma dificuldade no sangue das veias da pelve em retornar para o coração.

“Esses ramos drenam para a veia ilíaca interna ou então para a veia renal esquerda e a veia cava direita. O refluxo do sangue nas veias, inversão de fluxo por problemas nas válvulas, pode causar as varizes pélvicas”, explica Campos Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular em São Paulo (SBACV-SP).

O médico explica que outra razão possível para a doença – que não pode ser prevenida – é a compressão das veias que recebem essa drenagem. “É importante o diagnóstico porque você pode ter compreensões diferentes. Você pode colocar o stent, ou se for refluxo, problema de válvula, você fecha a veia que está com refluxo”, exemplifica. Há opções de tratamentos hormonais também.

A doença atinge, normalmente, mulheres jovens, com cerca de 30 e 35 anos. “Muitas vezes você tem problema entre os casais, porque tem mulheres que não tem relação [sexual] e acabam se separando”, relata.

Após avaliação médica, o diagnóstico é feito com exames de imagem, iniciando com ultrassom pélvico ou transvaginal e seguindo para exames mais complexos, como ressonância, tomografia e angiografia. As varizes não são apenas um problema estético.

Campos Júnior aponta ainda que, entre os homens, a varicocele é um problema que se assemelha às varizes pélvicas. Nesse caso, os vasos dilatados ficam nos testículos, causando desconforto, dor e até mesmo infertilidade. O tratamento é feito com cirurgia, stent ou embolização.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

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