As vendas do varejo ribeirão-pretano recuaram 15,75% em maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020, aponta levantamento realizado pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-RP).
“Mesmo com o comércio aberto (ainda que com restrições) no Dia das Mães desse ano as vendas ainda caíram expressivamente. Isso se explica pela acentuada perda de renda do consumidor ao longo da pandemia, uma vez que muitos ficaram desempregados”, analisa Diego Galli Alberto, consultor especializado em varejo e pesquisador do CPV.
“Além disso, a maioria da população está priorizando despesas mais relevantes com gás de cozinha, energia elétrica, combustíveis, aluguel e escola dos filhos, entre outros. Muitos desses itens tiveram aumento de preços e geraram pressão inflacionária que se refletiu em toda a cadeia produtiva”, emenda.
Já na comparação com abril deste ano, a queda nas vendas foi de 0,5%, apontando para uma tendência de estabilidade para o início do próximo semestre.A pesquisa também aponta que em maio de 2021 houve queda de 2,5% no volume de vagas de trabalho ocupadas no comércio varejista, confirmando a tendência de estabilidade.
Os dados de maio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) devem ser divulgados até o final de junho pela a Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Em abril, Ribeirão Preto registrou saldo de 675 novas vagas de emprego com carteira assinada, o 10º superávit seguido desde julho do ano passado.
O resultado de abril, fruto de 7.619 admissões e 6.944 demissões, é mais de oito vezes superior ao déficit de 5.515 do mesmo mês do ano passado, o primeiro completamente afetado pela pandemia de coronavírus, quando a economia ribeirão-pretana contratou 3.856 pessoas e dispensou 9.371. São 6.190 postos de trabalho a mais em 2021, alta de 112,2%.
No primeiro quadrimestre deste ano, a cidade contabiliza superávit de 3.935 empregos formais (35.104 contratações e 31.169 demissões), contra déficit de 5.486 dos quatro primeiros meses de 2020 (31.297 admissões e 36.783 demissões). O aumento em 2021 passa de 171%, com a abertura de 9.421 vagas a mais.
O comércio fechou abril com saldo negativo de 55 postos de trabalho, fruto de 1.774 admissões e 1.829 demissões. No quadrimestre, contratou 8.567 e demitiu 8.653, déficit de 86. Nos últimos doze meses, o superávit é de 1.703 vagas, fruto de 24.598 admissões e 22.895 demissões.
Índice de Confiança
Os lojistas ainda responderam sobre expectativas para o segundo semestre. Em uma escala de zero a 10, em que zero significa totalmente pessimista e 10 totalmente otimista, o índice de confiança ficou em 5,5.
No começo de 2021, o mesmo índice foi de 8,5 em relação ao primeiro semestre, até pela notícia de que a vacina tinha chegado. Sobre impressões dos comerciantes acerca do impacto da pandemia em seus negócios, 30% responderam que a influência foi “extremamente negativa”, 50% disseram que foi “muito negativa” e apenas 20% apontaram “impacto positivo”’.
“A recuperação do Comércio Varejista vai depender da velocidade de vacinação dos brasileiros contra a Covid-19. É o que vai permitir a retomada dos empregos, da renda, da confiança, de uma maior previsibilidade do cenário e um consequente aumento do consumo”, finaliza Galli Alberto.
Acirp lança Índice de Confiança do Mercado
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto lança neste mês o Índice de Confiança do Mercado (ICM). O objeto é medir as expectativas dos empresários dos segmentos de comércio, indústria, serviços, construção civil e agropecuária para os próximos meses.
O levantamento será mensal e a primeira edição já está disponível para ser respondida até 26 de junho no link: https://forms.gle/N1zCxV4tWq7U2haS7. Os relatórios serão divulgados pelo Núcleo de Relações Institucionais da Acirp, com indicadores sobre economia local e nacional, ambiente de negócios, expectativa de vendas, geração de emprego e investimentos.
“A expectativa é que os dados possam demonstrar o real sentimento dos empresários em relação aos negócios e servir de guia na tomada de decisão”, comenta Dorival Balbino, presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.