Por Luiz Carlos Merten
Nascida em Bruxelas, numa família franco-grega, a jovem Agnès Varda foi para a Sorbonne para se formar como conservadora de museus. Descobriu a fotografia – e o cinema. Fez curtas. Com o primeiro longa – La Pointe Courte, de 1954 -, antecipou a nouvelle vague.
Fez filmes que pertencem à história – Cléo das 5 às 7, As Duas Faces da Felicidade/ Le Bonheur, ambos dos anos 1960. Em 2017, e já batendo nos 90 anos – nasceu em 1928 -, ganhou todos os prêmios do ano, incluindo um Oscar honorário, por Visages, Villages, que correalizou com o artista visual JR. Ainda fez Varda por Varda, atração desta sexta, 22, no Telecine Cult, às 13h45. Morreu em 2019.
No fim da vida, Varda recebia tantos pedidos para master classes que resolveu fazer esse filme. Explica no princípio: “Quando me pedirem mais uma master class, envio o filme”.
Parece que sabia que seria o último. O resumo de uma vida e uma obra extraordinárias. Uma mulher que sempre esteve à frente do seu tempo na discussão de gênero. Uma mulher que amou muito – Jacques Demy, com quem foi casada de 1962 até a morte dele, em 1990. Quando isso ocorreu, Varda dedicou-se a construir o mito do ex-marido sem deixar de alimentar o próprio. Grande artista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.