Tribuna Ribeirão
Saúde

Vacinação contra o sarampo é ampliada

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

A Secretaria Municipal da Saúde prorrogou a vacinação contra o sarampo até 31 de ou­tubro. A pasta seguiu as deter­minações do Ministério da Saú­de, que estendeu a campanha de imunização por mais 60 dias. Adultos com idade entre 30 e 49 anos podem procurar qualquer uma das 36 salas de vacinação disponíveis em Ribeirão Preto e receber a dose da tríplice viral, que protege, também, contra a caxumba e a rubéola.

Segundo o último Boletim Epidemiológico do Departa­mento de Vigilância em saúde, Ribeirão Preto tem cinco casos de sarampo confirmados neste ano – 14 já foram descartados. A cidade fechou o ano passado com 79 pessoas infectadas – em 2019 foram descartados 175 de 254. Os pacientes contraíram a doença em junho (uma), julho (12), agosto (37), setembro (24), outubro (três), novembro (uma) e dezembro (uma). Em todas as situações a pasta promoveu blo­queios vacinais.

A Secretaria de Estado da Saúde também prorrogou, até 31 de outubro, a intensificação de vacinação contra o sarampo. O principal objetivo é aumentar a cobertura vacinal em adultos na faixa de 30 e 49 anos, que foi de apenas 6,7%, com 845,5 mil vacinados, de um total de 12,6 milhões de pessoas neste público.

O Ministério da Saúde es­tendeu até 31 de outubro a campanha de vacinação nacio­nal contra o sarampo da popu­lação de 20 a 49 anos. Dados da pasta apontaram que 5,29 milhões de pessoas desse gru­po tinham sido imunizadas, do início da ação (em 16 de mar­ço) até 17 de agosto. Isso cor­responde a somente 5,8% de 90 milhões, total da população-al­vo nesta faixa-etária.

São Paulo registrou cerca de 58 mil doses aplicadas. De acor­do com dados do Ministério da Saúde, desde o início de 2020 até 25 de julho, foram registrados 7.293 casos de sarampo em 21 Estados. A maioria foi no Pará, que corresponde a 64,6% dos ca­sos, seguido por Rio de Janeiro (17%) e São Paulo (9,9%).

No mesmo período, foram registrados cinco óbitos nacio­nalmente, sendo três no Pará, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Em São Paulo, as doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, continua­rão sendo aplicadas neste gru­po de forma indiscriminada, ou seja, estas pessoas deverão receber um reforço mesmo que já tenham as duas doses com­pletas na carteirinha.

Já para a faixa de crianças de seis meses a adultos de 29 anos, um profissional de saúde avalia a situação vacinal e, se preciso, aplica a dose para os casos que ainda não tiverem o esquema de imunização completo. A vacina tríplice viral protege contra sa­rampo, rubéola e caxumba.

“Seguindo todas as reco­mendações de prevenção à covid-19, é de extrema impor­tância o comparecimento nos postos para atualização da car­teira vacinal. A vacina é a maior prevenção contra diversas doen­ças, inclusive o sarampo”, afirma a diretora de imunização, Nubia Araujo. É fundamental que as pessoas lembrem-se de evitar aglomerações e respeitar a orga­nização dos serviços.

O calendário nacional de vacinação prevê a aplica­ção da tríplice aos 12 meses e também aos 15 meses para reforço da imunização com a tetraviral, que protege tam­bém contra varicela. Além disso, há a “dose zero” para os bebês com seis meses ou mais. As salas de vacinação estão orientadas a fazer triagem de crianças que tenham alergia à proteína lactoalbumina, pre­sente no leite de vaca, para que estas recebam a dose feita sem esse componente.

O Programa Estadual de Imunização prevê que crian­ças e adultos, com idade entre um ano a 29 anos, devem ter duas doses da vacina contra o sarampo no calendário. Acima desta faixa, até 60 anos, é preci­so ter uma dose. Não há indica­ção para pessoas com mais de 61 anos, pois esse público po­tencialmente teve contato com o vírus no passado, possuindo imunidade por toda a vida. Portanto, não há recomenda­ção para este público na dire­triz do Ministério da Saúde.

A vacina é contraindicada para bebês com menos de seis meses, bem como para pes­soas imunodeprimidas e ges­tantes. As pessoas que tiverem dúvidas quanto à imunização adequada devem procurar um posto, com a carteira vacinal em mãos, para que um profis­sional de saúde verifique a ne­cessidade de atualização.

O Centro de Vigilância Epi­demiológica estadual realiza monitoramento contínuo da circulação de doenças. Em 2020, até 13 de julho, 83 cidades regis­traram casos de sarampo, totali­zando 711 casos confirmados e um óbito, de uma criança na ca­pital São Paulo. Em 2019, foram 17.676 casos e 14 mortes.

O Departamento de Vigi­lância em Saúde, ligado à SMS, recomenda às pessoas que pro­curem algum dos 36 postos com salas de vacinação, caso ainda não tenham feito a imunização contra a doença. Em 2018, Ri­beirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência.

Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença grave e que pode levar à morte, mas pode ser evitada pela vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Ela integra o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é aplica­da aos doze meses, com reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Quem já teve saram­po não precisa se vacinar, pois já possui os anticorpos para que a doença seja evitada.

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