Tribuna Ribeirão
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Vacina de RP entra em fase de testes

MARCELO CAMARGO/AG.BR.

Nesta sexta-feira, 26 de mar­ço, dia em que o governo de São Paulo anunciou a vacina do Ins­tituto Butantan, a Butanvac, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pon­tes, declarou já ter uma vacina em desenvolvimento na fase de testes clínicos, com voluntários, proto­colada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O imunizante está sendo desenvolvido pela Farma­core, de Ribeirão Preto, sob supervisão do pesquisador Célio Lopes Silva, professor titular da Faculdade de Medi­cina da Universidade de São Paulo (USP) local, e em par­ceria com a americana PDS Biotechnology Corporation.

Denominada Versamune­-CoV-2F, a vacina é a com­binação de uma proteína re­combinante do Sars-CoV-2, desenvolvido pela farmacêuti­ca ribeirão-pretana, associada ao carreador Versamune, da PDS Biotech, uma tecnologia patenteada para a ativação do sistema imunológico.

Helena Faccioli, CEO da Farmcacore, diz que os testes clínicos devem ser concluí­dos em nove meses, quando o laboratório pedirá à Anvisa autorização para uso emer­gencial e a produção da va­cina em escala industrial. Ela estima que o imunizante es­teja disponível para a popu­lação entre fevereiro e março de 2022. Os resultados pré­-clínicos demonstraram po­tencial para induzir uma res­posta imune ampla e robusta.

Segundo Marcos Pontes, os testes serão feitos agora em 360 pessoas para provar sua segurança e que o protocolo foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Medici­na da USP de Ribeirão Preto. Ele disse ainda que deve levar cerca de três meses para fazer testes da fase 1 e 2 e depois há outro cronograma para a fase 3. O desenvolvimento é uma estratégia de soberania, na avaliação do ministro. “Vi­mos a dificuldades que tive­mos com importação”, diz.

O próprio ministro da Ci­ência já visitou a USP e o labo­ratório da Farmacore em Ribei­rão Preto no ano passado. Em 13 de novembro, ele e o agora ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, visitaram e avaliaram pesquisas sobre a covid-19 no campus da USP. Após o en­contro na universidade, Pontes foi à fábrica da Farmacore, que desenvolve a vacina utilizando proteínas do próprio coronaví­rus para imunizar o paciente.

Os estudos da USP, finan­ciados pelo governo federal, são desenvolvidos pela RedeVírus, uma comitê do Ministério de Ciência e Tecnologia com re­presentantes de universidades federais, estaduais e laboratórios do Brasil que trabalham no en­frentamento do novo coronaví­rus. O grupo é responsável por pesquisas de desenvolvimento de remédios contra a covid-19, vacinas, equipamentos hospita­lares, equipamentos de proteção individual e outras frentes con­tra a pandemia.

Pontes diz que o governo fe­deral investiu em 15 tecnologias diferentes desde o ano passado. “Três dessas vacinas avançaram para pré-testes; agora estão en­trando para testes com voluntá­rios. Em fevereiro, uma dessas vacinas se adiantou bastante com a Anvisa”, explica. “A boa notícia é que uma dessas vacinas já tem o protocolo – com data de quinta­-feira (25) – registrado na Anvisa”.

Pontes deu as declarações ao lado do ministro da Saúde, Mar­celo Queiroga no Palácio do Pla­nalto. Questionado se o anúncio desta sexta-feira estava relaciona­do com a divulgação do instituto paulista, Pontes disse se tratar ape­nas de uma coincidência e que era bom para o país ter mais de uma vacina em desenvolvimento. O ministro astronauta afirma que desde ano passado tem falado sobre a importância de ter imuni­zantes brasileiros.

Sobre o Versamune-CoV-2F
O Versamune-CoV-2F é um projeto de vacina para covid-19 que combina a pla­taforma Versamune® de ati­vação imune com uma pro­teína de fusão recombinante desenvolvida pela Farmacore a partir do coronavírus 2, da Síndrome Respiratória Agu­da Grave (Sars-CoV-2) reco­nhecível por nosso sistema imunológico (antígeno).

O perfil alvo da vacina é fornecer rápida indução de anticorpos neutralizantes, bem como células-T “killer” e células-T de memória con­tra o vírus Sars-CoV-2, em pacientes vacinados com Ver­samune-CoV-2F para prote­ger contra a covid-19 e impe­dir a propagação da infecção.

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