Tribuna Ribeirão
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Vacina de Oxford combate a P.1

SERGIO PEREZ/REUTERS

A vacina Oxford/AstraZe­neca contra covid-19, produzida no Brasil pela Fundação Oswal­do Cruz (Fiocruz), estimula resposta imune capaz de fazer frente à variante P.1, que se es­palhou rapidamente pelo Brasil depois de ter sido detectada pela primeira vez em Manaus (AM). A avaliação é do vice-presiden­te de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, que nesta quinta-freira, 22 de abril, apresentou estudos que indicam a efetividade da vacina “no mundo real”, quando a eficácia dos testes clínicos é posta à prova.

A vacina de Oxford é uma das mais aplicadas no mundo atualmente e tem outras vanta­gens, como o custo mais baixo e a possibilidade de armazena­mento em refrigeradores menos avançados, com temperaturas de 2 a 8 graus Celsius. Além disso, traz um incremento da resposta imune que vai além da produção de anticorpos. As no­vas plataformas tecnológicas se caracterizam por instruírem as células humanas a produzirem traços do antígeno, que, em se­guida, despertam as defesas do corpo humano.

Nas plataformas considera­das tradicionais, as vacinas tra­zem o vírus inativado (morto), ou vivo e atenuado (enfraqueci­do). O que os estudos têm apon­tado, segundo o vice-presidente da Fiocruz, é que as vacinas de segunda geração têm demons­trado desempenho maior na defesa chamada de resposta ce­lular, que se dá quando o corpo humano destrói as células que já foram infectadas pelo vírus, impe­dindo que ele as utilize para se re­plicar. Essa é uma linha de defesa complementar ao ataque que os anticorpos promovem contra os microorganismos invasores.

São vacinas de segunda ge­ração tanto as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer e da Moderna, quanto as de vetor viral, como a Oxford/AstraZe­neca, a Sputnik V e a Janssen. Um estudo publicado nesta se­mana pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e outras instituições indica que os anticorpos produzidos pela imunização reconhecem mais a variante britânica e menos a va­riante sul-africana, que acumula um número maior de mutações.

A variante P.1, brasileira, fica em uma posição intermediária nessa escala. Quando é analisa­da a resposta imune celular, en­tretanto, dados de outro estudo publicado por uma universida­de americana mostram que ela não se altera de forma significa­tiva diante das variantes.

Mais doses
A Fiocruz vai entregar, nesta sexta-feira, 23 de abril, cinco milhões de doses da va­cina Oxford/AstraZeneca con­tra covid-19 produzidas pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Man­guinhos). A quantidade supera a previsão inicial para esta se­mana em 300 mil doses.

Por questões logísticas re­lacionadas à distribuição das vacinas, a Fiocruz passará a liberar os lotes para o Progra­ma Nacional de Imunizações (PNI) sempre às sextas-feiras. Na semana passada, Bio-Man­guinhos também liberou cinco milhões de doses, porém em duas remessas, na quarta-feira (14) e na sexta-feira (16).

Para a semana que vem, o cronograma prevê mais 6,7 milhões de doses, o que fará com que a fundação entregue mais de 18 milhões de doses no mês de abril. Para os próximos meses, a programação é que as entregas cresçam em volu­me e cheguem a 21,5 milhões, em maio; 34,2 milhões, em ju­nho; e 22 milhões, em julho.

Desse modo, a fundação cumprirá a meta de produzir 100,4 milhões de doses. No se­gundo semestre, a Fiocruz prevê produzir 110 milhões de doses com IFA fabricado no Brasil. Já o Instituto Butantan iniciou a produção de mais cinco mi­lhões de doses da vacina contra o novo coronavírus, a partir de matéria-prima recebida da bio­farmacêutica Sinovac. Os três mil litros de Insumo Farmacêu­tico Ativo (IFA) chegaram a São Paulo na última segunda-feira, 19 de abril.

Desde 17 de janeiro, o Ins­tituto Butantan já enviou 41,4 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Somente em abril, foram dis­ponibilizadas 5,2 milhões de vacinas. Em março foram 22,7 milhões, em fevereiro, 4,85 mi­lhões e, em janeiro, 8,7 milhões de unidades. Com a nova pro­dução, o total de doses entregues aumentará para 46,4 milhões.

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