Tribuna Ribeirão
Saúde

Vacina aponta 95% de eficácia

A Pfizer pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro emergencial, no Brasil, da sua vacina contra a covid-19 assim que a Food and Drugs Administration (FDA, órgão americano que cuida des­se tipo de procedimento) der a liberação nos Estados Unidos.

Em comunicado nesta quarta-feira, 18 de novembro, a farmacêutica disse que fez proposta ao governo brasileiro e informou que teria condições de “imunizar milhões de brasi­leiros” no primeiro semestre de 2021. A empresa relatou que o imunizante apresentou 95% de eficácia na fase três dos testes, o mais avançado para esse tipo de produto.

O pedido de registro pela farmacêutica será apresentado com a entrega da documentação final do ensaio clínico de fase 3. A previsão é que o produto, uma parceria com a BioNTech, já possa ser aplicado nos brasilei­ros a partir de março do ano que vem. No comunicado, a empre­sa disse ter feito “uma proposta ao governo brasileiro em linha com os acordos fechados em outros países”.

Ressalta que a proposta está em linha com outros acordos na América Latina, “que permitiria vacinar alguns milhões de bra­sileiros no primeiro semestre, sujeita à aprovação regulatória”. O Ministério da Saúde tem afir­mado analisar esse e outros imu­nizantes em fase final de testes.

A Pfizer explicou também que “elaborou um plano logísti­co detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitora­mento contínuo da temperatura da potencial vacina”. O resultado de 95% de eficácia é considerado excelente. O imunizante se mos­trou extremamente seguro.

Os efeitos adversos regis­trados com mais frequência fo­ram muito leves, como dor ou incômodo no local da injeção. Problemas como fadiga e dor de cabeça só foram registrados em 3,8% dos casos e foram fugazes. O registro emergencial significa que a vacina começará a ser usa­da sem que a fase três tenha sido totalmente concluída.

Os voluntários serão acom­panhados ainda por mais dois anos para que se possa estabele­cer a duração da eficácia do imu­nizante. Cientistas consideram que, em uma pandemia, essa informação se torna secundária. Inicialmente, a vacina deve ser disponibilizada para pessoas em grupos de risco, como profissio­nais de saúde e idosos.

“Estávamos trabalhando com uma estimativa de eficácia de 70%; o resultado foi excep­cional, significa que de cada cem vacinados, 95 estão protegidas”, contou o infectologista Edson Moreira, coordenador do estu­do da Pfizer no Brasil. “Nenhu­ma vacina é 100% eficaz. Gosto sempre de lembrar do exemplo da vacina da varíola, que tem eficiência de 80%, mas conse­guiu erradicar a doença em todo o mundo.”

Além disso, como ressalta Moreira, a vacina se mostrou igualmente eficaz (94%) entre pessoas com mais de 65 anos, justamente os mais vulneráveis ao novo coronavírus. “Isso é muito bom porque, em geral, a eficácia das vacinas diminui com a idade, uma vez que o sis­tema imunológico envelhece e se torna menos eficiente”, afir­mou. “É extremamente impor­tante que possamos oferecer uma proteção dessa magnitude a pessoas desse grupo de risco.”

O ensaio clínico mostrou também que a vacina é eficaz tanto para proteger a popula­ção de formas leves e mode­radas da doença, quanto das formas graves. O grande desa­fio agora diz respeito ao arma­zenamento e transporte da va­cina, que requer temperaturas de menos 70 graus Celsius para se manter estável. Isso pode ser um desafio para países conti­nentais como o Brasil.

“A alternativa que a empre­sa está oferecendo é transpor­tar as vacinas em contêineres especiais com gelo seco, que manteriam a vacina viável por quinze dias. Além disso, o produto ainda se mantém estável por mais cinco dias em um freezer normal”, explicou Moreira. “É um desafio, mas é o tipo do problema que estáva­mos loucos para ter de enfren­tar. Até pouco tempo atrás não tínhamos vacina, o que era um problema maior.”

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