Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (USP), anunciou uma descoberta importante e preocupante em meio à pandemia de covid-19. Segundo a instituição, a reincidência de contaminação pelo novo coronavírus é possível. O estudo narra o caso de uma técnica de enfermagem de 24 anos infectada pelo Sars-CoV-2 duas vezes.
O relatório diz que “em conclusão, o presente relato confirma que, ainda que extremamente rara, a reinfecção por Sars-CoV-2 e o adoecimento por covid-19 em mais de uma ocasião são eventos possíveis. Essa constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”, afirma o artigo, assinado por sete profissionais.
O estudo foi divulgado pela assessoria do Hospital das Clínicas no final da tarde desta quarta-feira, 5 de agosto. A paciente ainda se queixa de sintomas de sinusite e de uma dor de cabeça, que surgiu com a segunda infecção e persiste há cerca de um mês.
A jovem pegou a covid-19 pela primeira vez em maio. A doença evoluiu e ela ficou sem sintomas a partir do décimo dia. A paciente passou 38 dias assintomática. Em 27 de junho, acordou apresentando sintomas como com mal-estar, mialgia, cefaleia intensa, fadiga, fraqueza, sensação febril, dor de garganta entre outros.
No quinto dia de reinício dos sintomas, foi submetida a nova coleta de exame laboratorial de nasofaringe e orofaringe para realização do teste PCR para o coronavírus, que resultou positivo. Nesse mesmo período, de forma concomitante, seus dois familiares que também haviam sido infectados tiveram covid-19 novamente.
Ao ser contaminada novamente pelo coronavírus, a paciente evoluiu clinicamente bem, não necessitando suporte ventilatório, nem internação hospitalar. Os sintomas agudos resolveram-se em doze dias, porém ela persistia com cefaleia e hiposmia 33 dias após o reinício dos sintomas. A pesquisa conduzida em Ribeirão chegou a um resultado semelhante a um único caso, em Boston, nos Estados Unidos.