A Comissão Especial de Estudos (CEE) que avalia os motivos do atraso na abertura das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da rua Cuiabá, no bairro Sumarezinho, na Zona Oeste de Ribeirão Preto, e da avenida General Euclides Figueiredo (UPA Norte), no Adelino Simoni, ouviu nesta segunda-feira, 23 de outubro, os depoimentos do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, e de Clodoaldo Franklin de Almeida, engenheiro que fiscalizou a obra da UPA Norte. Durante a audiência, Scarpelini anunciou que da UPA do Sumarezinho atenderá a partir de meados do ano que vem.
Elizeu Rocha (PP), presidente da CEE, diz que a comissão apurou um gasto desnecessário de mais de R$ 500 mil na obra da UPA Norte, que deveria ter sido entregue em 2015 e que encontra-se paralisada desde o final do ano passado, tendo sido executados apenas 54% do cronograma físico-financeiro. Para o vereador, o grande problema da UPA Norte foi o projeto executivo, contratado por R$ 45 mil junto a Consturema, de Lins (SP).
“Ainda assim, apesar das inúmeras falhas no projeto, a Secretaria Municipal de Saúde, mesmo alertada, tocou a obra, que exigiu uma série de aditamentos, elevando o valor original do contrato, de cerca de R$ 3,4 milhões, para mais de R$ 3,9 milhões”, explica. Com a interrupção da liberação dos recursos, a construtora Pafil Empreendimentos, vencedora da licitação, interrompeu a obra no final do ano passado e aguarda uma definição por parte da prefeitura.
O secretário Sandro Scarpelini disse que irá contratar, via licitação, uma auditoria externa para apurar a situação atual da obra, para só então lançar uma nova licitação (ou retomar a atual) e terminar a UPA Norte. Elizeu Rocha critica a decisão da SSM. “Não acredito que não exista na Secretaria Municipal de Obras Públicas um engenheiro capacitado para constatar a situação atual da obra”, diz, lembrando que a contratação de uma auditoria via licitação vai atrasar ainda mais a conclusão da UPA.
O Tribuna apurou que a SMS “não tem pressa” em finalizar a UPA Norte, afinal, a UPA do Sumarezinho está pronta e a prefeitura não consegue inaugurá-la por que não tem dinheiro para equipá-la e nem para contratar os recursos humanos necessários – a mão de obra deve ser terceirizada para a fundação que administra o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Ou seja, a pasta não quer ficar com duas UPAs prontas e com o ônus de não ter condições de abri-las ao público.
O secretário anunciou na CEE a abertura da UPA Sumarezinho até o meio de 2018. No início do ano, a SMS falava em inaugurar a UPA da rua Cuiabá até final de 2017. Seria, inclusive, uma alternativa para a Unidade Báisca Distrital de Saúde Central (UBDS), caso o prédio seja doado ao Estado para instalação de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME).