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Unabomber morre em prisão federal nos EUA

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Theodore “Ted” Kaczynski, o matemático formado em Harvard que se aposentou em uma cabana sombria na floresta de Montana, nos Estados Uni­dos, e conduziu uma campanha de 17 anos de atentados que mataram três pessoas e feriram outras 23, morreu no sábado, 10 de junho. Ele tinha 81 anos.

Apelidado de “Unabomber” pelo FBI, Kaczynski morreu no centro médico da prisão federal em Butner, Carolina do Norte, disse Kristie Breshears, porta­-voz da agência federal Bureau of Prisons dos EUA, à Associated Press. Ele foi encontrado incons­ciente em sua cela na manhã de sábado e declarado morto por volta das oito horas. A causa de sua morte ainda é desconhecida.

Antes de sua transferência para o centro médico da prisão, ele estava na prisão federal Su­permax em Florence, Colorado, desde maio de 1998, quando foi condenado a quatro penas de prisão perpétua por uma campa­nha de violência que gerou medo nos campi universitários de todo o país. Ele admitiu ter causado 16 explosões entre 1978 e 1995, que mutilaram permanente­mente várias de suas vítimas.

Antes dos ataques do Onze de Setembro e das remessas de antraz (doença infecciosa cau­sada por bactéria), as bombas caseiras mortais do “Unabom­ber” mudaram a maneira como os americanos despachavam pacotes e embarcavam em avi­ões, paralisando até mesmo as viagens aéreas na Costa Oeste em julho de 1995.

Kaczynski forçou o The Washington Post, juntamente com o The New York Times, a publicar um manifesto de sua autoria, de 35 mil palavras, “A sociedade industrial e seu futu­ro”, no qual afirmava que a so­ciedade moderna e a tecnologia criaram um sentimento de im­potência e isolamento. Mas isso levou à sua queda.

Seu irmão, David, e sua esposa, Linda Patrik, reconhe­ceram o tom do manifesto e informaram o FBI, que vinha procurando o “Unabomber” há anos naquela que foi a mais longa e cara caçada do país. Em abril de 1996, as autoridades o encontraram em uma cabana de três por quatro metros nos arredores de Lincoln, Montana, repleta de revistas, um diário codificado, ingredientes explo­sivos e duas bombas prontas.

Como um gênio do crime in­descritível, “Unabomber” ganhou apoiadores e foi comparado a Daniel Boone, Edward Abbey e Henry David Thoreau. Mas uma vez que ele foi exposto como o eremita de olhos selvagens, ca­belos compridos e barba, supor­tando os invernos de Montana em uma cabana, muitas pessoas viram Kaczynski mais como um solitário patético do que como um anti-herói romântico.

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