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Uma montanha de recicláveis para chegar ao topo do Everest

© Gabriel Tarso/Divulgação

A educadora física Aretha Duarte planeja enfrentar o desafio de escalar os 8.848 metros do monte Everest – o mais alto do planeta, localizado entre o Nepal e o Tibete. 

Para iniciar a subida, Aretha disse que não precisou só de um, mas de seis passos: estar com ótimo condicionamento físico, ter experiências de escalada em rocha, escalada em gelo, ter subido diferentes montanhas e ter escalado montanhas de 7 mil a 8 mil metros de altitude. Faltava o sexto passo.

“As questões físicas, técnicas, eu já tinha alcançado ao longo dos anos de trabalho – trabalho com montanhismo desde 2011 –, mas o que eu não tinha foi o que eu chamei de sexto passo, o investimento financeiro para essa empreitada. Então eu comecei a jornada em março de 2020, juntando material reciclável, que era algo que eu fazia na minha infância e adolescência. Foram 13 meses juntando aproximadamente 500 quilos de material por dia, com a ajuda de familiares e amigos, para chegar até aqui”.

Aretha Duarte faz montanhismo há 10 anos. Mas sabe por que ela decidiu em março do ano passado escalar o Everest agora? É que ela estava de viagem marcada para o Nepal, para ser guia de um grupo até o campo base da montanha, mas o país tinha fechado as fronteiras.

Então, Aretha decidiu que, quando pudesse, iria além do campo base e chegaria ao topo do Everest. A oportunidade chegou. “Apesar das dificuldades, de frio, de pouco conforto, de uma região inóspita, de uma comida diferente da nossa casa, de ficar distante da nossa família e amigos, de ser uma expedição muito longa, são aproximadamente 60 dias, enfim. Têm muitas adversidades, mas, de verdade, estou desfrutando demais dessa expedição, estou muito contente em poder realizar, e por isso estou muito grata e feliz por essa jornada”.

Ainda deve levar cerca de um mês até que Aretha Duarte chegue ao topo do Everest. Se ela conseguir, será a primeira brasileira negra a fazer isso. E está consciente que esse é o primeiro de outros grandes desafios para popularizar um esporte ainda dominado por homens brancos e ricos.

“E muito além de chegar ao topo dessa montanha. Eu entendi que essa minha empreitada é para gerar recursos e abrir portas para que as pessoas que têm dificuldade de oportunidades tenham esse acesso. Por exemplo, a escalada. Dentro do projeto eu tenho a missão e o compromisso de instalar paredes de escalada na periferia, para que esse esporte que me faz tão bem chegue a outras pessoas. Assim como outras oportunidades, como tecnologia, robótica, artes, filosofia”.

O retorno da Aretha ao Brasil está previsto para o fim do mês de maio.

Edição: Fernando Fraga

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