Propagar as artes e os saberes de maneira independente e não institucionalizada: essa é a proposta do Espaço Cultural Egrégora. A palavra da língua grega nos remete a uma confraria de várias pessoas com objetivos, valores e ideias em comum e fica na rua Pompeu de Camargo nº 282, nos Campos Elíseos, na Zona Norte de Ribeirão Preto. O professor José Antônio Lages foi visitar o local e bater um papo com Leonardo Placciti, proprietário e gestor da Egrégora.
Professor Lages – Como você define hoje o que é a Egrégora?
Leonardo Placciti – A Egrégora hoje é um local que oferece suporte e incentivo ao desenvolvimento dos saberes e das capacidades artísticas diversas.Isso, por intermédio do nosso estúdio e dos inúmeros eventos festivos, aulas e exposições que organizamos periodicamente.
Professor Lages – Como foi o início? Como surgiu a ideia? Houve dificuldades?
Leonardo – O local se iniciou com o estúdio musical (Estúdio Placciti) em outubro de 2011, que oferecia e ainda oferece espaço para ensaio, gravação, aluguel de equipamentos e aulas de instrumentos musicais. No início, ele era administrado pelo meu irmão André Placciti, que permaneceu nessa função até meados de 2013, e que atualmente colabora com o fornecimento e manutenção de equipamentos.
A ideia da Egrégora surgiu justamente em função desta transição, pois, a partir de 2013, fui assumindo periodicamente todas as funções e responsabilidades deste estúdio e, quando ela se deu por completa, me surgiu a vontade e a possibilidade de englobar outras iniciativas no local. As maiores dificuldades sempre foram de cunho financeiro, pois o local é independente e privado. Nunca recebemos nenhum tipo de ajuda externa, a não ser a da própria família.Outras dificuldades existiram e ainda existem, mas sempre foram mais simples de serem contornadas.
Professor Lages – Sabemos que o Egrégora tem uma pegada forte na formação. Como ocorrem esses momentos de formação? Que temas predominam? Quem participa?
Leonardo – Sim, o local tem o intuito de estimular o desenvolvimento das nossas faculdades artísticas e filosóficas.Na nossa visão eles ocorrem por intermédio dos serviços que o estúdio oferece, e pelos eventos (festas) que organizamos periodicamente.
Nos eventos por exemplo, sempre convidamos um artista local para expor o seu trabalho, seja no campo da pintura, desenho, artesanato, fotografia, poesia, grafite, e entre outros.Na música, damos preferência (mas não com exclusividade) aos grupos e bandas que possuem produção própria, com shows e apresentações no nosso espaço.O local também oferece atualmente aulas e debates gratuitos, que englobam temas históricos, filmes, livros e séries de TV.
Professor Lages – Podemos afirmar que o Egrégora já tem um público seu? Que público é este?
Leonardo – Eu não diria que o público é nosso, mas é um público bem diverso, assim como a nossa própria programação e proposta, que dificilmente segue um padrão ou uma norma.
Professor Lages – Explica pra gente porque a denominação “Egrégora” para este espaço de convivência.
Leonardo – Por que uma Egrégora é um local de preparação, um local de passagem, um corpo ou estrutura que te auxilia em determinado momento de nossa vida.
Professor Lages – O que vem pela frente? Há projetos? Você já pode anunciar alguma coisa?
Leonardo – Além de continuarmos com os serviços que já oferecemos, temos também o intuito de oferecer pequenos cursos e aulas no campo da pintura, desenho e artesanato. Isso já para o próximo ano. Agora um dos nossos maiores objetivos, é nos tornarmos uma pequena produtora musical independente, coisa que deve acontecer (assim esperamos) dentro dos próximos anos.